Imóvel de R$ 7 bilhões em Curitiba e o golpe das vacinas superfaturadas. Por Alvaro Borba

Atualizado em 19 de agosto de 2021 às 23:50
Dono da Precisa na CPI da Covid – Foto: Pedro França/Agência Senado

O que o golpe das vacinas superfaturadas e inexistentes tem a ver com um incrível imóvel avaliado em R$ 7 bilhões em Curitiba.

Francisco Emerson Maximiano, o Max da Precisa Medicamentos, é um cara que já teve várias empresas. Quando uma delas era descoberta dando um golpe e surrupiando dinheiro público, ele abria outra e repetia o procedimento. Quem abria as portas do orçamento público pra ele? Consta que Ricardo Barros.

Mais recentemente, Max ganhou notoriedade pela precisa: meteu um golpe de R$ 20 milhões no Ministério da Saúde, superfaturou testes de covid no DF e ganhou uma grana, mas queria mais:

Quando ficou claro que a grande oportunidade da pandemia seriam as vacinas, Max, Barros e seus fieis escudeiros dentro do Ministério da Saúde se prepararam para o que seria o negócio de suas vidas.

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Eles fizeram parecer que trariam para o Brasil a vacina Covaxin. Acontece que a compra das vacinas era apenas uma desculpa pra mandar dinheiro público para Singapura e depois distribuir e lavar bem direitinho. Nós nunca receberíamos as vacinas.

Um problema nesse rolo das vacinas: a Precisa queria abocanhar um contrato de R$1,6 bi, mas a empresa só tinha R$12 mi de capital. Sendo assim, ela não tinha como dar as garantias necessárias.

FIB Bank

É aí que entra na jogada o FIB Bank, que seria controlado por um tal Marcos Tolentino, brother de Ricardo Barros. Prometo não entrar na zoeira do pessoal da quinta-série que apelidou a dupla de “Barros & Toletinho”.

Detalhe importante: Barros & Toletinho chegaram a visitar juntos o Senado, acompanhando atentamente as descobertas da CPI.

O papel do FIB Bank seria ressarcir o Ministério da Saúde caso a Precisa não cumprisse sua parte. Pra isso, o FIB precisaria mostrar que tinha grana, muita grana.

Acontece que o patrimônio alegado pelo FIB Bank (que na real nem é oficialmente um banco) parece… digamos… suspeito.

A maior parte deste patrimônio é composta por um único imóvel de R$7 bilhões em Curitiba, Paraná. Se existe imóvel desse valor na cidade, eu não sei. E olhe que moro aqui.

Seja como for, Toletinho logo estará depondo na CPI.

(Texto originalmente publicado no Twitter de Alvaro Borba)