Importunação a baleia: Bolsonaro presta 7º depoimento à PF desde que deixou o Planalto nesta terça-feira

Atualizado em 27 de fevereiro de 2024 às 6:48
Jair Bolsonaro pilota jetski perto de baleia. (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (27), às 14h30, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve comparecer à Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo para prestar depoimento sobre uma suposta “importunação intencional” a uma baleia jubarte durante uma visita a São Sebastião, no litoral paulista, em junho do ano passado.

Na ocasião, Bolsonaro teria se aproximado do animal enquanto pilotava um jetski. O advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, também deve ser ouvido pelos investigadores nesta tarde. A oitiva desta semana marca o sétimo depoimento do ex-capitão à PF desde que ele deixou o Palácio do Planalto.

O depoimento acontece apenas dois dias após liderar uma manifestação na avenida Paulista para, segundo o próprio, “se defender” das acusações de ter articulado um golpe de Estado no Brasil. Da última vez que esteve frente a frente com um investigador da PF, o ex-presidente se acovardou e manteve o silêncio por quase 2 horas, sem responder a nenhuma pergunta.

Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) passou a acompanhar o inquérito da PF sobre o caso. A procuradora Marília Soares Ferreira Iftim destacou que vídeos e fotos publicados em redes sociais mostraram o momento em que uma moto náutica, com motor ligado, se aproximou a 15 metros da baleia que estava na superfície. A suspeita é de que Bolsonaro estava pilotando o veículo.

“Considerando que as imagens foram feitas a partir de outra embarcação e é possível identificar que há uma única pessoa na moto náutica, que está pilotando e gravando um vídeo no celular ao mesmo tempo. Atribui-se a identidade desta pessoa, supostamente, ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, disse a procuradora.

Bolsonaro chegou a ironizar a decisão do MPF de acompanhar o inquérito e fez um comentário gordofóbico contra o ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Todo dia tem uma maldade em cima de mim, a de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério, é aquela que diz que eu queria dar golpe, mas some com vídeos”, afirmou Bolsonaro.

Segundo a legislação brasileira, “molestar de forma intencional qualquer espécie de cetáceo” é uma infração administrativa contra o meio ambiente. Uma portaria do Ibama destaca que é proibido às embarcações se aproximarem de baleias com motor ligado a menos de 100 metros de distância do animal.

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