Sindicato pede investigação sobre offshores de herdeiros do grupo Abril

Atualizado em 14 de outubro de 2021 às 15:14

Publicado originalmente no Instagram do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Roberto Civita com os filhos Giancarlo, Roberta e Victor, herdeiros do grupo Abril. Foto: Reprodução/Veja
Roberto Civita com os filhos Giancarlo, Roberta e Victor. Foto: Reprodução/Veja

Herdeiros do grupo Abril ocultaram empresas em declaração de bens apresentada no processo de recuperação judicial. Manobra ilegal contribuiu para lesar centenas de trabalhadores.

As revelações jornalísticas sobre os chamados Pandora Papers expuseram possível crime falimentar dos irmãos Giancarlo, Vitor e Roberta Civita, herdeiros do grupo Abril. Reportagem publicada no site Poder360 mostrou que os Civita mantiveram três offshores não declaradas, localizadas nas Ilhas Virgens Britânicas, enquanto realizavam pedido de recuperação judicial do grupo Abril, em agosto de 2018.

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A partir dessa denúncia, o departamento jurídico do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo protocolou, na quinta-feira (7), na 2ª Vara de falências e recuperações judiciais de São Paulo, um pedido para que o juiz responsável peça ao Ministério Público de São Paulo investigação sobre a conduta dos empresários por possível prática criminosa.

Raphael Maia, advogado do SJSP, explica que a omissão desse patrimônio impactou diretamente todo o processo de recuperação judicial, lesando sobretudo os trabalhadores da empresa. “A lei de recuperação judicial é extremamente benéfica para o empresariado, e para se utilizar desse mecanismo os empresários deveriam agir com total transparência, para que os trabalhadores pudessem ao menos saber a real situação financeira do grupo”, salienta. O advogado reforça que o rumo do processo poderia ter sido outro caso as empresas tivessem sido declaradas. “Em vez de recuperação judicial, poderia ser aberto processo de falência da empresa, com extensão aos bens das pessoas físicas. Ao omitir isso, eles impediram que os credores fizessem investigação desde o início do processo”, conclui.