Contra todas as evidências, o irmão do policial bolsonarista Jorge Guaranho, assassino de Marcelo Arruda, nega que a motivação do crime foi política.
Após uma série de provocações em frente ao local da festa, gritando o nome do “mito”, Guaranho invadiu a festa de 50 anos de Arruda, que tinha o PT como tema, e o matou no último sábado (9), em Foz do Iguaçu (PR).
Baleado por Arruda, que evitou com isso uma chacina, ele segue internado em estado grave.
À Folha, John Lenon Araújo alega que seu irmão foi até o clube social da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física) para fazer uma ronda de “rotina”.
“Várias outras pessoas que eram associadas também faziam essa ronda. Então não foi nada de anormal como foi noticiado, é uma rotina deles fazerem isso”, disse.
A polícia investiga se o homem não foi até lá após ter tido acesso a imagens das câmeras do local onde acontecia a festa com temática petista.
“Eu tenho certeza que ele estava ali defendendo a família dele, foi somente isso. Não teve nada a mais do que isso. Meu irmão não estava nem aí que o cara era Lula, aniversário era do Lula, tema do Lula. Pra gente isso é indiferente, tenho certeza que para o meu irmão também. O cara é que, quando ouviu uma música do Bolsonaro, infelizmente, perdeu a linha”, afirma.
Defender a família do quê? Segundo ele, Guaranho não era apoiador fanático do genocida, nunca foi a protestos e só fez algumas postagens a favor do presidente. Basta um passeio pelo Facebook e o Twitter do sujeito para ver que isso é balela.
“Ele não estava nem aí se o cara era PT ou não. Tem vários amigos nossos que são da esquerda, que frequentam a minha casa, frequentam a casa dele, nunca tivemos problemas com isso”, declara.
“A gente sempre teve esse relacionamento de diversidade. Eu sou flamenguista, meu irmão é vascaíno. Eu sou evangélico, meu irmão é católico, a gente conversava sobre esses assuntos, nunca discutimos por causa disso”.
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