Israel ignorou alerta da inteligência egípcia de “situação explosiva” em Gaza

Atualizado em 9 de outubro de 2023 às 22:33
Soldados do Hamas comemoram ataque a Israel. Reprodução

 

De acordo com uma autoridade da inteligência egípcia, Israel ignorou alertas sobre um planejamento significativo do Hamas em Gaza antes do início das ações no sábado (7), que resultaram em cerca de 1.500 mortes entre israelenses e palestinos. Com informações da Folha de S.Paulo.

A autoridade, que preferiu manter o anonimato devido à sensibilidade das discussões de inteligência, afirmou: “Alertamos que uma situação explosiva estava iminente e seria de grande magnitude. No entanto, eles [Israel] subestimaram tais avisos.”

O gabinete do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, negou veementemente as alegações de alertas prévios.

O membro da inteligência egípcia também alegou que o governo israelense estava concentrado na situação na Cisjordânia e, portanto, ignorou os avisos de uma grande operação planejada a partir da Faixa de Gaza.

A coalizão apoiada pelo primeiro-ministro Netanyahu é considerada a mais à direita da história de Israel e favorece a ocupação da Cisjordânia por colonos israelenses, o que tem gerado crescentes tensões na região.

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Lior Mizrahi/Getty Images

Um dos alertas foi transmitido pelo ministro-geral da inteligência egípcia diretamente a Netanyahu, apenas dez dias antes do ataque. O alerta mencionou uma “operação fora do comum e terrível”.

As autoridades egípcias, também falando sob anonimato, expressaram surpresa com a aparente indiferença do primeiro-ministro israelense aos alertas.

Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro negou veementemente as alegações, classificando-as como “mentira completa”.

Eles afirmaram que nenhuma mensagem prévia foi recebida do Egito e que Netanyahu não teve nenhum contato direto ou indireto com o chefe da inteligência egípcia desde o início de seu governo.

A ofensiva do Hamas, lançada durante o feriado judaico de Simchat Torah e logo após o 50º aniversário da Guerra do Yom Kippur entre Israel e países árabes, é considerada a maior em décadas.

Netanyahu declarou guerra em resposta. O conflito já resultou em quase 1.500 mortes e mais de 6.100 feridos, com Israel confirmando pelo menos 800 mortes e autoridades de Gaza relatando pelo menos 687 mortes entre os palestinos.

A surpresa do ataque indica uma falha nos serviços de inteligência israelenses.

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