Jéssica, os linchadores e os estranhos fãs de Whindersson Nunes

Atualizado em 23 de dezembro de 2023 às 23:12
O comediante Whindersson Nunes e a jovem Jéssica Canedo, morta aos 22 anos. Reprodução

A morte da jovem Jéssica Canedo, aos 22 anos, após a divulgação de uma fake news na qual ela teria trocado mensagens com o  youtuber Whindersson Nunes desencadeou uma correta discussão sobre a responsabilidade das chamadas “páginas de fofoca” existentes nas redes sociais: o maior alvo foi a conhecida “Choquei” e o DCM expôs a primeira página a divulgar a mentira, a “Garoto do Blog”, que tem mais de um 1,3 milhão de seguidores no Instagram.

O que não se falou até agora foi o papel daqueles que efetivamente causaram os danos na garota: não houve até agora a exposição de nenhum dos críticos que, com suas palavras, levaram Jéssica à morte e de todos aqueles que vendo tais críticas em suas timelines não denunciaram os perfis.

Aqui, pego um exemplo pessoal recente: um perfil relativamente conhecido no X (antigo Twitter) fez um comentário sobre as creches entrarem em férias e questionou: “Como as mães fazem pra trabalhar nessa época?”.

As respostas foram as mais agressivas possíveis, sendo “Enfia o filho no c…”, a que sintetiza o espírito das demais. A cada uma delas com as quais me deparava, fazia questão de denunciar, mesmo ciente do combalido departamento de controle da rede social de propriedade de Elon Musk.

 

E no caso de Jéssica? Os críticos, que a essa altura já deletaram hipocritamente suas postagens sobre o assunto, foram denunciados por quem leu as ofensas?

Tudo que envolve a vida afetiva do comediante passa pelo crivo de uma parcela minoritária porém estridente de fãs que acreditam que todas as mulheres que se aproximam dele estão interessadas em seu dinheiro. É uma estranha parcela do imenso “fandom” do piauiense que, aparentemente, não vê qualidades suficientes em seu ídolo, além de sua fortuna, para conquistar de verdade uma mulher

Na mensagem de Natal que Lula lerá ao país em rede nacional, ele salienta a importância de virar a página do ódio e da intolerância no país. Esse episódio mostra que junto com o combate à desigualdade social, esse é o maior desafio do país.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link