
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Na manhã desta quarta-feira (23), a ministra do Interior da Alemanha, a social-democrata Nancy Faeser, foi vista usando uma braçadeira pró-diversidade “One Love”, no Catar, enquanto acompanhava a estreia da seleção do seu país, contra o Japão. A Fifa, por meio de um comunicado oficial, proibiu o uso das braçadeiras no país.
Ao lado de autoridades do Catar e do presidente da Fifa, Gianni Infantino, a ministra apareceu usando o acessório com as cores do arco-íris no braço esquerdo. Em suas redes sociais, Faeser publicou uma foto usando a braçadeira.
#OneLove pic.twitter.com/L5itnDJcsI
— Nancy Faeser (@NancyFaeser) November 23, 2022
Diversas seleções europeias, incluindo a da Alemanha, demonstraram interesse em usar o acessório durante os jogos da Copa do Mundo de 2022, a braçadeira colorida contra a discriminação LGBTQIA+.
O Catar, país-sede da Copa do Mundo deste ano, condena relacionamentos de pessoas do mesmo sexo. O Código penal do país prevê leis contra relacionamentos LGBTQIA+. O país, frequentemente, recebe várias críticas pelo seu histórico de problemas relacionados aos direitos humanos.
Na manhã desta segunda-feira (21), foi feita uma ameaça de “sanções esportivas” por parte da Fifa, que anunciou que poderia penalizar os jogadores que estivessem com os adereços.
Com receio de punições, que poderiam ir de multas até mesmo sanções esportivas, sete seleções europeias informaram que não iriam utilizar as braçadeiras contra o preconceito e confirmaram que não colocarão os jogadores como alvo de possíveis problemas disciplinares.
Nesta terça-feira (22), durante uma entrevista ao jornal tabloide alemão Bild, a ministra já havia se manifestado sobre a proibição da Fifa e lamentou como as seleções europeias recuaram diante das ameaças da Fifa.
“Proibir a braçadeira ‘One Love’ é um grande erro da Fifa. É de partir o coração de todos os torcedores como a Fifa também está transferindo esse conflito para as costas dos jogadores. Escancara como a entidade usa ameaças para impedir que os jogadores defendam a tolerância. Deveria ser possível mostrar a diversidade abertamente. E é mais do que lamentável que as federações europeias não tenham se oposto a isso juntas. Isso teria sido um sinal importante”, disse Faeser.
Mesmo assim, como já era de se esperar, após as ameaças da Fifa, o capitão da seleção alemã, Manuel Neuer, não usou a braçadeira “One Love” durante a partida contra o Japão. Apesar do recuo, a seleção alemã fez um protesto silencioso contra a atitude da Fifa.
Antes do início da partida, durante uma fotografia do grupo, todos os jogadores alemães cobriram suas bocas, em um sinal de protesto contra a Fifa. O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Bernd Neuendorf, descreveu como “censura” a decisão da entidade internacional de banir o acessório.
Ainda nessa segunda, após um comunicado da Fifa, que impedia os jogadores de usarem a braçadeira “One Love”, favorável a causa LGBT+, os atletas da Inglaterra e ajoelharam no gramado e protestaram contra a decisão antes do início da partida, no Estádio Internacional Khalifa.

Foto: Reprodução/Ebrahim Noroozi/AP Photo/picture alliance