Jogos de medicina tem outras tradições polêmicas como futebol pelado e “bate bolo”; entenda

Atualizado em 20 de setembro de 2023 às 13:52
Estudantes de Medicina da Unisa simulam masturbação durante uma partida de vôlei feminino em São Paulo. Foto: Reprodução

As tradições controversas que acontecem em eventos universitários de medicina em São Paulo estão gerando discussões nas redes sociais e imprensa. Recentemente, um vídeo que mostra alunos da Universidade Santo Amaro (Unisa) realizando uma “volta olímpica” com o pênis de fora durante um torneio esportivo viralizou, provocando indignação até do presidente Lula (PT). No entanto, estudantes de medicina argumentam que essas práticas são comuns e não obrigatórias.

Os jogos universitários de medicina, que ocorrem durante feriados prolongados, reúnem alunos de diferentes instituições de ensino. Nessas ocasiões, algumas tradições polêmicas, como a “volta olímpica” e outros rituais, têm sido uma parte controversa da cultura desses eventos.

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Na Unisa, alunos afirmam que a prática da “volta olímpica”, que envolve correr pelado em um ginásio, é uma tradição realizada durante a abertura dos jogos universitários. Além disso, os estudantes também correm pelados entre as torcidas de outras faculdades, recebendo tapas e socos enquanto passam por um “corredor polonês”.

Além da “volta olímpica”, outras tradições polêmicas incluem práticas como jogar farinha e ovo nos seios das calouras, conhecida como “bater bolo”. Os veteranos também costumavam pedir para que os calouros se despissem e jogassem peças de roupa na mulher de sua escolha.

Estudantes de medicina argumentam que essas práticas são consideradas “brincadeiras” e que ninguém é obrigado a participar delas. Eles enfatizam que esses eventos ocorrem em locais fechados e negam a existência de conotações sexuais nessas tradições.

A Unisa expulsou sete alunos envolvidos no incidente da “volta olímpica” durante o jogo de vôlei feminino em abril deste ano. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso.

Outra prática frequente é o canto de hinos misóginos e preconceituosos. No caso da Universidade Santo Amaro, há um hino sobre colocar o “dedo na vagina” e “entrar mordendo. Veja:

“Xá! Vasca!
Xavasqui! Xavascá! Xavasqui e acolá!
Enfia o dedo nela que ela vai arreganhar!
O quê? Arre-ga-nhar!
Na rima do pudendo [vagina]
Eu entrei mordendo!
É a Med Santo Amaro que está te fodendo!
Medicina! Santo Amaro! Ôoo!”.

Já a Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), por exemplo, fala em “clitóris excitados” e “hímens estourados”.

“Clitóris excitados,
Hímens estourados.
Se eu pedir, você me dá.
No seu cu eu vou gozar.
Medicina Unimes Santos Há”.

O hino da atlética de medicina da Universidade de Araraquara fala em “meter a vara” em calouras.

“Uniara!
Ei bixete vem fazer boquete,
Ei caloura vem chupar minha rola,
Buceta xoxota eu vou meter a vara,
Medicina Uniara Araraquara”.

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