Joias ilegais: PF investiga possível corrupção do governo Bolsonaro

Atualizado em 7 de março de 2023 às 12:42
Jair e Michelle Bolsonaro e jóias apreendidas pela PF. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar se o governo brasileiro, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ofereceu algum tipo de contrapartida comercial à Arábia Saudita no caso das joias de R$ 16,5 milhões dadas como presente ao ex-capitão e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em 2021.

A negociação, caso seja confirmada, pode ser enquadrada como corrupção passiva. Segundo relatório, a PF vai analisar negócios fechados durante o governo Bolsonaro com investidores sauditas e com o próprio governo do país árabe. Os agentes verificarão se há indícios de vantagens fora dos padrões de mercado.

A apuração terá o foco nas duas caixas que entraram no Brasil, trazidas por uma comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O pacote com joias para Michelle foi apreendido. O outro, que seria destinado ao próprio Jair Bolsonaro, chegou às mãos do governo.

Bolsonaro e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman. (Foto: Alan Santos)

Na última segunda-feira (6), Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, disse que ninguém ganha presente no valor de R$ 16,5 milhões. A PF suspeita que a intenção do ex-presidente era de ficar com as joias, e não repassar ao acervo público, como ele e sua equipe têm divulgado.

Segundo investigadores, se as joias iriam para o acervo, não faria sentido a tentativa de liberar os presentes ao fim do mandato. Tentativa essa, aliás, que envolveu o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o então secretário da Receita Julio Cesar Vieira Gomes.

A suspeita se fundamenta no fato de Bolsonaro ter insistido em retirar as joias dos cofres da Receita na véspera de viajar para os Estados Unidos. Bolsonaro viajou aos EUA no dia 30 de dezembro do ano passado. A principal explicação entregue à seus seguidores pelo ex-presidente era de que ele não aceitaria entregar à faixa presidencial, mesmo diante de sua derrota, à seu oponente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, suspeita-se que a fuga do ex-capitão para o território americano seria uma tentativa de evasão de possíveis condenações futuras da Justiça Brasileira.

Bolsonaro confirmou sua volta ao Brasil na próxima quarta-feira da semana que vem (15). O caso das jóias milionárias segue sendo investigado.

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