Jornalistas fazem primeira greve geral em mais de 40 anos em Portugal

Atualizado em 18 de março de 2024 às 21:20
Categoria se une em paralisação histórica no dia 14 de março. Foto: Inês Pinto Pereira / JPN

Por Mayala Fernandes

Na última quinta-feira (14), mais de 40 órgãos de comunicação social portugueses interromperam suas atividades em adesão à paralisação da categoria. “Está dado o tiro de partida para a primeira greve geral de jornalistas em mais de 40 anos”, destaca a nota do Sindicato dos Jornalistas.

A categoria protestou contra os baixos salários, a precariedade e a deterioração das condições de trabalho no país. As reivindicações incluem aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022, melhoria substancial da remuneração dos freelancers, garantia de um salário digno na entrada para a profissão, progressão regular na carreira e remuneração por horas extraordinárias, trabalho noturno, fins de semana e feriados.

Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas, declarou ao Brasil de Fato Paraná que o cenário do jornalismo em Portugal é de emergência.

“Nós temos o compromisso de informar, mas para isso temos que ter tempo, boas condições de trabalho e salários que nos permitam estar atualizados”, afirma Simões. “Outra questão muito importante para o jornalismo livre e independente é a estabilidade, mas em Portugal, jornalismo é sinônimo de uma profissão precária e instável”, revela.

Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas. Foto: Divulgação

Primeira greve de jornalistas em mais de 40 anos

Desde 1982 não ocorria uma greve geral de jornalistas em Portugal, e a paralisação desta quinta-feira (14) teve uma aderência recorde. A rádio Antena 1, da estatal Rádio e Televisão de Portugal (RTP), uma das mais importantes do país, veiculou um comunicado aos ouvintes sobre a paralisação à meia-noite do dia 14. O Diário de Notícias, outro importante veículo de comunicação, também não foi publicado.

Também ocorreram manifestações de jornalistas em Coimbra, no Porto e em Lisboa. “Em Lisboa, mais de três mil pessoas se reuniram, nem todos eram da categoria. Neste momento, Portugal percebeu que a sociedade está com os jornalistas”, afirma o presidente do Sindicato.

Originalmente publicado no Brasil de Fato
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