
Se você ganhasse um iene por cada conselho que Lula recebe, estaria nadando numa piscina de dinheiro como o Tio Patinhas — e Lula, provavelmente, estaria perdido.
Depois da histeria coletiva em torno da campanha, da “falta de rumo” das redes sociais — insuflada por fogo amigo –, jornalistas pressionam o ex-presidente a rebater Bolsonaro no caso do indulto a Daniel Silveira.
Lula é culpado a priori, sempre. Quando fala e quando não fala.
“Será que Lula viu o DO [Diário Oficial] com o indulto a Daniel Silveira? Pra isso trocaram o marqueteiro?”, questionou Vera Magalhães, aquela que chamou Moro de “enxadrista” (rs).
Vera, lavajatista de truz, é uma das que chancelaram a tese da “escolha muito difícil” do Estadão nas eleições de 2018.
“Em que planeta vive Lula?”, perguntou Lauro Jardim, fingindo indignação, no Globo. Jorge Pontual, o Chewbacca, e o amigo Camarotti foram mais longe na GloboNews. Pontual chegou a insinuar que o petista pretende fazer o mesmo com José Dirceu.
Lula não se manifestou ainda porque não pretende bater palma para fascista dançar, em primeiro lugar. A briga na Justiça vai longe, Bolsonaro quer se promover e já tem escada o suficiente para agitar os algoritmos a seu favor.
Enquanto isso, os advogados Cristiano Zanin e Eugênio Aragão pediram ao Supremo para o PT entrar como “amicus curiae” na ação proposta pela Rede de cancelar o perdão. No artigo assinado por eles, o “indulto individual” é chamado de “crime contra a democracia”.
No Twitter, Gleisi Hoffmann classificou o caso de “afronta à democracia”. Tudo com a aprovação do chefe. Lula vai se manifestar, é certo. Mas não na hora em que essa turma exige, batendo o pezinho e soltando fumaça pelas ventas perfumadas.
A ironia é essa. Ele é instado por pessoas que o xingam de bandido a salvar o país que foi jogado na latrina do fascismo por elas mesmas.
https://twitter.com/veramagalhaes/status/1517628481554812928