Após decisão liminar do juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante, a capivara Filó foi devolvida ao influenciador digital Agenor Tupinambá numa história que é puro suco de Brasil.
O tiktoker de 23 anos mora em Autazes, no Amazonas, e viralizou ao mostrar sua rotina ao lado do bicho, o que foi considerado, corretamente, exploração animal pelo Ibama. Cavalcante ganha dinheiro tomando banho com Filó e fazendo tudo o que é necessário para faturar com aberrações que idiotas consideram “fofas”.
O órgão havia resgatado a capivara e multado o sujeito em R$ 17 mil. Eis que os bolsonaristas enxergaram aí uma oportunidade de atacar o Ibama e, por extensão, o governo Lula, e surfaram num denúncio mentirosa de “abuso”.
Na decisão que determinou a volta de Filó aos braços de Agenor, o juiz escreveu que “o autor, morador de zona rural de um pequeno município do interior do estado do Amazonas, vive em perfeita simbiose com a floresta e com os animais ali existentes”. É praticamente um Tarzan.
“Não há animais de estimação na casa do autor porque o seu quintal é a própria Floresta Amazônica. Percebe-se, portanto, que não é a Filó que mora na casa de Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos na Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores de outras localidades urbanas do Brasil”.
Poesia pura.
Márcio Cavalcante é também influenciador, dono de um blog e editora chamado Dizer o Direito. No Instagram, ele vende seus produtos e posta vídeos. Num deles, aproveitou o Dia Mundial do Livro para vender sete obras “autografadas”.
Ele mesmo diz num vídeo no YouTube que está em “todas as redes sociais como uma forma para puxar os alunos de lá”.