Sergio Moro não é um fenômeno apenas de perversão do Direito, mas da língua portuguesa.
Ao falar, cunha neologismos como “conje” (ou “conge”, dependendo do país).
Ao escrever, a tragédia é pior.
Na série de diálogos revelados pela Veja, está lá a dica de Faustão transmitida a Dallagnol sobre usar uma “linguagem mais simples”.
“Conselho de quem está a (sic) 28/anos na TV”, manda ver SM.
Moro simplesmente desconhece o verbo “haver” e suas regras de impessoalidade e flexão.
Num Roda Viva do ano passado, falou de “um anseio da população para que houvessem reformas legislativas que incrementassem a eficiência do sistema em relação a esse tipo de criminalidade.”
No program do Bial em que mentiu sobre uma biografia que não estava lendo, mencionou as “rugas” com Gilmar Mendes (eram “rusgas”).
Não bastassem as ideias, a dicção é sofrível. “Coupção”, por exemplo, é um clássico.
Em sua resposta à Veja, ele conseguiu fazer o diabo em apenas quatro linhas.
“Que constrangedor para a Veja a matéria abaixo. Será que tem resposta para isso ou vai insistir na fantasia, como na do juíz que favorece à acusação, mas que absolve os acusados no mesmo processo?”
Juiz com acento é de chorar sentado. Essa crase no “a” antes de acusação é digna de Carluxo.
A ideia é torturar o idioma até ele confessar.
Pobres alunos desse sujeito.
E onde estavam os professores do pequeno Moro, que deixaram que ele passasse de ano?
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