Justiça bloqueia R$ 2,1 milhões de médico que filmou homem negro acorrentado

Atualizado em 26 de maio de 2022 às 11:49
Medico deverá pagar indenização de mais de 2 milhões de reais por conta de vídeo em que acorrenta um homem e faz piadas
Médico Márcio Antônio Souza Júnior indiciado por racismo após publicar vídeo com funcionário negro acorrentado na cidade de Goiás
Foto: Reprodução

Após gravar e publicar vídeo em que acorrenta um homem negro e faz piada racista, a Justiça de Goiás bloqueou nessa última quarta-feira (25), R$ 2,1 milhões do médico Márcio Antônio Souza Junior. O profissional de saúde é alvo de um processo por prática do crime de discriminação e preconceito de raça e de cor.

A filmagem foi feita em fevereiro deste ano na zona rural do município de Goiás e publicadas no perfil do Instagram do médico, e logo repercutiram nas redes sociais. No vídeo ele grava um homem acorrentado tanto nas mãos como nos pés e faz piadas remetendo a escravidão

“Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”, disse o médico no vídeo, enquanto ri. Ainda pelas filmagens, o homem que está acorrentado tenta sair, mas o médico continua debochando e filmando. “Vai tentar fugir, vai? Pode ir embora”, acrescenta o médico, entre risadas.

Os promotores do Ministério Publico de Goiás apontaram que o valor a ser suportado Junior em indenização por danos morais coletivos, penas criminais e custas judiciais poderá chegar a R$ 2.166.312,00. O pedido de bloqueio dos bens de Junior, no valor solicitado pelo MP-GO, foi deferido pela Justiça goiana na última quarta-feira (25)

“Remonta ao período escravocrata brasileiro, com a objetificação do ser humano em razão da cor da pele, da raça e da condição social”, informou o órgão.

O pedido de bloqueio foi feito no dia 30 de abril e deferido no dia 6 de maio. A Justiça bloqueou sete imóveis que estão no nome do médico, três urbanos e quatro rurais, na cidade de Goiás. Segundo o delegado Joaquim Adorno, responsável pelo indiciamento do médico, reiterou que a conduta de Márcio foi de “racismo recreativo”.

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