Justiça manda remover post em que Marçal insinua manipulação nas urnas

Atualizado em 3 de outubro de 2024 às 17:33
Pablo Marçal (PRTB), candidato em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) ordenou que a Meta remova um vídeo do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) em que ele levanta suspeitas sobre a integridade do processo eleitoral. No vídeo publicado no Instagram, o político de extrema-direita sugere que, caso não vença as eleições, “é rolo”, gerando desconfiança sobre a lisura do sistema de votação. A decisão, emitida pela juíza Claudia Barrichello, atende a uma petição apresentada pela campanha de Guilherme Boulos (PSOL).

De acordo com a juíza, Marçal tem liberdade para divulgar o apoio que recebe de seus eleitores, mas a declaração sobre o resultado eleitoral “não pode ser tolerada”.

“Ao fazer a afirmação no sentido de que se o candidato requerido não ganhar as eleições é porque ‘tem rolo’, é certo que o requerido faz afirmação sabidamente inverídica, colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro”, ressaltou a magistrada em sua decisão.

O vídeo, que já acumulava 721 mil visualizações até o momento da petição, foi classificado pela campanha de Boulos como um ataque direto à integridade do sistema eleitoral e à Justiça Eleitoral.

Publicação de Marçal fazendo insinuação antecipada contra o TSE. Foto: reprodução

“A gravidade e a irregularidade do conteúdo destinado a atacar a integridade do processo eleitoral brasileiro são inquestionáveis e ultrapassam todos os limites do direito à liberdade de expressão e manifestação do pensamento”, declarou a equipe do candidato pesolista.

Além disso, a campanha de Boulos destacou que Marçal tem “reiteradamente descumprido as regras eleitorais e desafiado decisões desta justiça especializada”.

A retórica usada pelo ex-coach, segundo os representantes do deputado federal, segue uma linha já adotada por Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores nas eleições de 2022, quando o ex-presidente e seus aliados também levantaram suspeitas sobre o sistema eleitoral.

Marçal, que possui mais de 5,5 milhões de seguidores nas redes sociais, tem utilizado sua plataforma para questionar o processo eleitoral, com publicações que incluem frases como “não vai ter segundo turno”, insinuando que o pleito deveria retificar sua vitória já no próximo domingo (6).

Paralelamente, o Instituto Democracia em Xeque também apresentou uma denúncia contra o ex-coach ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), argumentando que o candidato está promovendo desinformação e minando a confiança pública no sistema eleitoral. A denúncia foi enviada diretamente aos gabinetes dos presidentes das duas Cortes, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.

Nos comentários da publicação, seguidores de Marçal repetiram a narrativa de fraude sugerida pelo candidato. Um deles afirmou que “se não ganhar, as urnas eletrônicas escolheram outro igualmente na eleição passada”, enquanto outro comentou que “se não ganhar é treta”, e um terceiro classificou o possível resultado como “roubo”.

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