O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, escreveu sobre a denúncia envolvendo a offshore do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Leia abaixo:
A informação que tenho, e deve ser confirmada ao longo do dia, é que o atual presidente do BC não movimentou o seu fundo após a posse e saiu da gerência.
Diferentemente do Guedes que continuou na gerência e movimentou o fundo/conta.
A questão deve ser vista sobre o prisma legal e também sob o prisma ético.
Henrique Meireles, que foi presidente do Banco Central por 8 anos nos governos Lula, tinha sido presidente do banco de Boston. Eu aposto que ele manteve a maior parte dos seus investimentos fora do Brasil. E deve ter tomado os cuidados devidos.
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Obviamente ter offshore não é crime desde que declarado a Receita e ao Banco Central – acho, inclusive, over ter que declarar as duas repartições – dentro do limite estabelecido por uma portaria. Ganhei o caso do Duda Mendonça no Mensalão com esta tese. Ele foi absolvido. À época era possível não declarar até 100 mil dólares, hoje o limite é 1 milhão.
Guedes disse que declarou e comunicou no prazo de 10 dias e que a Comissão julgou regular em relação a ele.
Aí teremos uma discussão, que não é simples e nem residual, sobre a questão ética do responsável pela condução da economia optar por investir fora das turbulências do país que ele é o ministro. Mas não vejo como imputar crime, salvo se descumprir as normas.
O Congresso tem a obrigação de investigar se houve conflito de interesse. Sem o prejulgamento mas com a rigidez necessária.
Me lembro do meu querido amigo Marcio Thomas Bastos, que não era da área econômica, quando assumiu o Ministério da Justiça.
Marcio constituiu um fundo para gerir todos os investimentos dele. E me lembro dele dizer que nem se quisesse ele poderia opinar em absolutamente nada na gestão.
Que saudades do Marcio.
Três momentos em que Guedes defendeu a alta do dólar
Após ser revelado que Paulo Guedes tem offshore milionário em paraíso fiscal, viralizou um vídeo nas redes sociais, neste domingo (3), que relembra três momentos em que o ministro da Economia defendeu ou justificou a alta do dólar em frente ao real.
“Agora faz sentido”, escreveu o deputado Alencar Santana Braga, do Partido dos Trabalhadores de São Paulo.
Ele publicou o compilado em seu perfil do Twitter.
Veja abaixo:
Três momentos em que Paulo Guedes defendeu ou justificou a alta do dólar frente ao real. Agora faz sentido.
O ministro da Economia do governo Bolsonaro faturou R$ 16 MILHÕES com a alta do dólar, processo contra o qual ele não tomou nenhuma medida.#ForaBolsonaro #PandoraPapers pic.twitter.com/iShCm1BwUa
— Deputado Alencar (@AlencarBraga13) October 4, 2021