
Parece que a Lava Jato queria muito mais que mostrar um PowerPoint para acusar o ex-presidente Lula.
A força-tarefa de Curitiba, além de querer espionar o petista, tentava montar uma espécie de bunker de espionagem dentro do gabinete do procurador Deltan Dallagnol.
Segundo Jamil Chade no UOL, o local funcionaria como um centro de inteligência e abrigaria vários softwares espiões, sempre com o objetivo de perseguir e levar Lula à condenação. A proposta foi feita em 2017 pelo procurador Roberto Pozzobon.
“Pessoal, uma nova ideia: porque não criarmos um BUNKER de investigação no gabinete do Deltan no 14o Andar? Esse BUNKER seria um espaço estruturado com 8 computadores, sendo 4 computadores para servidores que ficarão dedicados exclusivamente às demandas do BUNKER e 4 computadores a serem ocupados, alternadamente (de dois em dois dias) por duplas de procuradores e seus respectivos assessores”, disse ele em mensagens interceptadas pela Operação Spoofing.
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O amigo de Deltan explicou como tudo aconteceria:
“No futuro poderíamos estruturar esse BUNKER com equipamentos melhores compra de storages, celebrite, etc. (…) Os servidores que ficarão dedicados exclusivamente ao BUNKER, ao trabalharem com diferentes grupos e diferentes casos, ganharão gradativamente knowhow das diferentes técnicas de investigação e também conhecimento dos diferentes casos e de suas eventuais zonas de interseção”.
A defesa de Lula foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) com uma petição sobre o caso, usando justamente essas conversas e alegando que o bunker seria criado com dinheiro obtido por meio de delações premiadas.