Lesa Pátria: Quem é Ridauto Fernandes, general aliado de Pazuello alvo da PF

Atualizado em 29 de setembro de 2023 às 11:45
O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Foto: Reprodução

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, é alvo de um mandado de busca e apreensão conduzido pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (29), marcando o início da 18ª fase da Operação Lesa Pátria. Ele é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos terroristas do 8 de janeiro.

“Policiais federais cumprem um mandado de busca e apreensão, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Brasília/DF. Além dessa medida, foi determinado pelo STF o bloqueio de ativos e valores do investigado”, diz a nota da PF.

Ridauto Lúcio Fernandes, que anteriormente fazia parte de um seleto grupo militar conhecido como “kids preto”, é objeto de investigação da PF, que suspeita que militares desse segmento possam ter desempenhado um papel no planejamento e facilitação das invasões aos edifícios dos Três Poderes.

O termo “kids preto” refere-se aos integrantes das “forças especiais” do Exército, soldados altamente treinados em técnicas de sabotagem e incentivo a movimentos populares de insurgência, atividades que são categorizadas como “operações de guerra irregular”.

O bolsonarista, que teve vínculos com o ex-ministro e atual deputado federal Eduardo Pazuello, ocupou o cargo de diretor do Ministério da Saúde a partir de julho de 2021, permanecendo nessa posição até o último dia do governo Bolsonaro.

Ele foi nomeado diretor da pasta como substituto de Roberto Dias Ferreira, que foi exonerado após alegações de solicitação de propina para fechar um contrato de compra de vacinas durante a pandemia.

No dia dos ataques promovidos por bolsonaristas na capital federal, Fernandes apareceu em um vídeo com uma blusa do Brasil, afirmando que estava “arrepiado” com a invasão. Além disso, ele criticou a Polícia Militar do Distrito Federal por ter disparado bombas de gás lacrimogêneo contra os golpistas.

O general também já defendeu, em suas redes sociais, um golpe de Estado e disse que “morreria e mataria” pelo Brasil.

Vale destacar que Fernandes visitou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, enquanto este estava detido. Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo em julho, Fernandes afirmou que sua visita tinha motivação “pessoal” e que seu objetivo era “ver se poderia prestar alguma assistência”.

“Quando vi que ele passava por esse momento difícil [por causa da prisão], fui logo procurá-lo para ver se poderia ajudar em algo, especialmente em temas familiares ou mesmo discussão do caso que vivia, para aclarar os pensamentos. Foi ótima a visita, motivante para ambos”, disse.

O apoiador do ex-chefe do Executivo havia trabalhado com Cid no Comando de Operações Especiais do Exército, localizado em Goiânia.

General da reserva Ridauto Lúcio Fernandes é alvo de operação da PF
O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Foto: Reprodução
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