Liberal, Giannetti admite que governo Lula está vencendo ‘batalhas das expectativas’

Atualizado em 17 de junho de 2023 às 21:56
Economista Eduardo Giannetti. Foto: Daniel Teixeira

O economista e filósofo Eduardo Giannetti disse neste sábado (17) que o novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está conseguindo vencer a batalha das expectativas depois “de um começo muito claudicante”. A declaração ocorreu durante entrevista ao Estadão.

“A grande novidade neste primeiro semestre de governo Lula é que há sinais concretos de que a batalha das expectativas está sendo vencida, depois de um começo muito claudicante. A economia depende muito de expectativas”, afirmou Giannetti.

“Se houvesse um pessimismo em relação ao Brasil, nós estaríamos vendo uma depreciação do real, como houve no início do ano, quando as dúvidas eram muito agudas”, disse.

Na avaliação do economista, há três indicadores que mostram essa mudança. “O primeiro deles é o câmbio. Se houvesse um pessimismo em relação ao Brasil, nós estaríamos vendo uma depreciação do real, como houve no início do ano, quando as dúvidas eram muito agudas. Se o câmbio tivesse se depreciando, haveria uma pressão inflacionária, o Banco Central teria de aumentar os juros, levando a uma piora do quadro fiscal”, disse.

“Os outros dois indicadores importantes são Bolsa – nós tivemos uma valorização acima de 20% de março para cá – e o risco Brasil, que também teve uma queda expressiva e está num nível mais parecido com os melhores países da América Latina”, continuou.

Eleitor de Lula no segundo turno das eleições de 2022 e conselheiro econômico da ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) em campanhas presidenciais, Giannetti destaca a boa visão do investidor internacional e a percepção de que o governo tem optado pelo pragmatismo.

“Estão vendo que o governo Lula tem um perfil na área econômica que é mais o do centro democrático liberal, não do PT raiz”, disse.

Questionado sobre o que está por trás dessa melhora das expectativas, Giannetti disse que “são fatores internos e externos”. “É difícil atribuir um peso específico para cada um desses componentes, mas, sem dúvida, pesa o fato de que o Brasil – ao contrário dos outros mercados emergentes – se mostra um país menos ameaçador e problemático”, declarou.

Durante a entrevista, o economista ainda disse que devemos “aplaudir a condução da equipe econômica” liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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