Líder golpista acionou Defesa para incluir tratores no desfile de 7 de Setembro

Atualizado em 22 de novembro de 2022 às 10:27
O produtor rural Julio Nunes e o presidente Jair Bolsonaro – Foto: Arquivo pessoal/Instagram

O produtor rural e comerciante bolsonarista Julio Augusto Gomes Nunes, um dos lideres de manifestações golpistas contra o resultado das eleições, em agosto deste ano procurou o Ministério da Defesa para solicitar a inclusão de 27 tratores no desfile militar de 7 de Setembro.

O simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou o pedido por e-mail em 18 de agosto. No ofício, o produtor rural pediu ao chefe de gabinete do ministro da Defesa, Marcio de Souza Nunes Ribeiro, a autorização para a inclusão dos tratores para “turbinar” a comemoração do bicentenário da Independência.

No documento, o apoiador do chefe do Executivo alega que “cada trator representará, simbolicamente, um estado da Federação, com a fixação das bandeiras dos respectivos Estados seguindo a ordem de criação de cada um deles”.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) instou o produtor rural a se manifestar sobre o episódio. Diante disso, Julio enviou manifestação por escrito, em que sustenta que os produtores bancaram do próprio bolso o gasto com o envio dos tratores para Brasília e afirma que “jamais teve qualquer contato ou convite por parte do presidente Jair Bolsonaro ou com o Secretário de Comunicação Social”.

O bolsonarista é um dos 18 investigados na ação, ao lado de do pastor Silas Malafaia, do empresário Luciano Hang e dos próprios candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Braga Netto.

Gomes Nunes também se identifica como coordenador de apoio no DF do Movimento Brasil Verde e Amarelo, que defende pautas do agronegócio, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.

Apesar do apoiador do ex-capitão alegar que concentrou os esforços em participar do desfile perante o Ministério da Defesa, e dos tratores terem efetivamente desfilado no 7 de setembro oficial, não consta ainda nos autos nenhuma resposta oficial da Defesa ao pedido do bolsonarista.

Vale destacar também que Julio entrou na mira do Supremo por conta de um relatório de inteligência produzido pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, no qual ele é apontado como lideranças de protestos golpistas contra o resultado das eleições.

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