O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou ao Palácio do Planalto que não vai pautar os projetos de interesse do governo Lula até que parlamentares avaliem que houve uma melhora na articulação política na relação com deputados. A mensagem foi passada ao líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), que cuida da interlocução com os colegas. A informação é da Folha de S.Paulo.
A decisão de congelar projetos que interessam ao presidente é uma tentativa de pressionar o Planalto a buscar soluções céleres para atender a pedidos da Casa, como liberação de emendas, nomeações em cargos e mais espaço no governo. Para ajudar o petista na Câmara, Lira havia solicitado quatro pastas do governo federal ao mandatário.
O movimento do presidente da Câmara faz parte de acordo costurado com líderes partidários para evitar a derrubada da medida provisória (MP) que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, o que seria uma derrota para Lula. Outros projetos prioritários para o governo, como a medida que recria o Minha Casa, Minha Vida, também está na lista de espera.
Aliados de Lira também afirmam que a decisão é também será usada para pressionar o Senado Federal a votar textos já aprovados na Câmara e que têm sido travados por residência de parlamentares, como a derrubada de decretos com mudanças de regras no marco do Saneamento.
Apesar de congelar as pautas prioritárias do governo, Lira não pretende afetar o calendário da reforma tributária. Ele quer que a proposta seja votada na Câmara ainda neste semestre.