Lula condena invasão de embaixada do México no Equador: “Grave precedente”

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 13:50
Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Lula, presidente do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

Neste sábado (6), o Brasil emitiu uma nota oficial condenando veementemente a ação do governo de extrema-direita do Equador, liderada por Daniel Noboa, que determinou a invasão da Embaixada do México em Quito por policiais para efetuarem a prisão do ex-vice-presidente do Equador, Jorge Glas. O comunicado ressalta que essa ação representa um “grave precedente”.

“O governo brasileiro condena, nos mais firmes termos, a ação empreendida por forças policiais equatorianas na embaixada mexicana em Quito na noite de ontem, 5 de abril”, destaca um trecho da nota.

Além disso, o comunicado enfatiza que essa medida constitui uma clara violação da Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O artigo 22 desta última estabelece que os locais de uma missão diplomática são invioláveis e só podem ser acessados por agentes do Estado receptor com o consentimento do chefe da missão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua solidariedade ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, por meio de uma rede social. A nota divulgada pelo governo brasileiro também reitera o apoio ao governo mexicano. “Toda minha solidariedade ao presidente e amigo Lopez Obrador”, afirmou o petista em publicação no X, antigo Twitter.

Na sexta-feira (5), a chanceler mexicana, Alicia Bárcena, anunciou o rompimento das relações diplomáticas com o Equador devido à violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e aos ferimentos sofridos pelo pessoal diplomático mexicano no Equador e o presidente do México afirmou que as relações diplomáticas com o governo de Noboa estão suspensas.

Glas havia recebido asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro de 2023, alegando ser vítima de perseguição da Procuradoria-Geral do Equador. Lópex Obrador, informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores, considerou o ato uma violação do direito internacional e da soberania do México.

“Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador em sua conta no X.

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