México rompe diplomacia com extrema-direita do Equador após invasão de embaixada

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 8:19
Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

O governo do México anunciou a suspensão das relações diplomáticas com o governo de extrema-direita do Equador de Daniel Noboa após a invasão da Embaixada mexicana em Quito por policiais equatorianos. O presidente López Obrador comunicou a medida por meio de uma rede social durante a madrugada deste sábado (6).

A ação ocorreu na noite de sexta-feira (5) quando um grupo de policiais se dirigiu à embaixada para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, condenado a seis anos de prisão por suspeita de corrupção. Glas havia recebido asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro de 2023, alegando ser vítima de perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.

O presidente mexicano, informado da invasão pela Secretaria de Relações Exteriores, considerou o ato uma violação do direito internacional e da soberania do México, ordenando a suspensão imediata das relações diplomáticas com o governo equatoriano.

“Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador em sua conta no X, antigo Twitter.

A Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas de 1961 estabelece que as embaixadas são invioláveis, requerendo autorização do chefe da missão estrangeira para a entrada de agentes estatais. No entanto, a polícia equatoriana agiu sem solicitar permissão ao embaixador mexicano.

Glas foi condenado em 2017 por receber propina da construtora Odebrecht em troca de concessões governamentais. O governo mexicano concedeu-lhe asilo político, desencadeando uma resposta do Equador, que acusou o México de violar acordos de asilo político e solicitou permissão para prender Glas na embaixada em Quito.

Durante a operação, a polícia equatoriana arrombou as portas da embaixada e fechou a principal avenida de acesso ao local. O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, classificou a invasão como um atropelo ao direito internacional, repudiando a ação.

“Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, explicou Canseco após o episódio.

Em resposta, o governo equatoriano emitiu um comunicado afirmando que não permitirá impunidade a criminosos, em referência a Jorge Glas, e destacando o respeito ao povo mexicano. A crise entre os dois países teve origem nas declarações de López Obrador sobre as eleições equatorianas de 2023, que foram consideradas infelizes pelo governo equatoriano, resultando na declaração de persona non grata à embaixadora mexicana.

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