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A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve rever a estratégia para o segundo turno das eleições e entrar de maneira mais contundente em pautas de costumes, na propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Temas como religião e aborto serão abordados para tentar conquistar votos de evangélicos.
Lula gravou um vídeo em que diz ser “a favor da vida” e contra o aborto. “Não só eu sou contra o aborto, como todas as mulheres que eu casei são contra o aborto”, afirma.
A fala do petista deverá aparecer na próxima propaganda eleitoral, que começa nesta sexta-feira (7). A campanha também fez anúncios pontuais para que o vídeo seja exibido no YouTube.
No dia 29 de setembro, durante sabatina da Folha, o vice na chapa do PT à Presidência, Geraldo Alckmin (PSB), disse que é contra a ampliação do direito ao aborto além do que já está previsto na lei. Ele afirmou ainda que Lula tinha o mesmo pensamento.
Segundo a legislação, o aborto é permitido no Brasil em três hipóteses: quando a gravidez ocorre por meio de estupro, quando a gestação causa risco de vida para a mulher ou se o feto for anencéfalo.
No início do ano, o ex-presidente fez uma declaração durante debate da Fundação Perseu Abramo, do PT, que foi usada por adversários para dizer que ele era a favor do aborto. Lula disse que o procedimento é um problema de saúde pública.
“Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão para Paris”, afirmou à época.
Após a repercussão da fala, o petista se explicou e disse que não era a favor do procedimento: “Sou contra o aborto, tenho 5 filhos, 8 netos e uma bisneta. O que disse é que é preciso transformar essa questão do aborto em questão de saúde pública, ou seja, que as pessoas pobres que forem vítimas de um aborto tenham condições de se tratar na rede pública de saúde”.