Lula e Bolsonaro empatam entre evangélicos mais pobres, diz Datafolha

Atualizado em 24 de agosto de 2022 às 23:59
Ex-presidente Lula (esquerda) e presidente Bolsonaro (direita)
Foto: Reprodução

A pesquisa Datafolha recentemente divulgada demonstra que a parcela evangélica do eleitorado está sendo objeto de disputa pelas duas campanhas que lideram as intenções de votos com enfoques distintos: enquanto os bolsonaristas querem conquistar votos com a pauta moral, os petistas preferem abordar os temas econômicos como atrativo para as propostas de seu candidato.

À luz dos números da citada pesquisa, tal estratégia faz sentido para ambos: enquanto Bolsonaro consegue ir bem junto a evangélicos de rendas média e alta, Lula tem mais sucesso entre os mais pobres, mas, ainda assim, empatando com o atual presidente.

Neste recorte, Lula tem 41% dos votos dos evangélicos que ganham até dois salários mínimos, cointra 38% de Bolsonaro. Esse grupo representa 53% dos fiéis entrevistados.

Entre os menos pobres, que recebem mais de dois salários mínimos, Bolsonaro tem 61% das intenções de voto contra 22% do petista. Essa diferença dá a Bolsonaro a folgada vantagem que ele tem no cômputo geral desse segmento,no qual vence Lula por 49% a 32%.

O mesmo levantamento indica que a questão econômica divide espaço com a pauta religiosa no momento da definição do candidato. Quanto menor a renda, mais fatores como inflação e custo de vida influem na escolha.

Ainda assim, os mais pobres que professam a fé evangélica representam fatia menor do eleitorado lulista em relação aos mais pobres de outras religiões (ou sem). Nesse segmento, Lula tem 60% das intenções de voto.

O segmento mais abastado, por outro lado, sentiu positivamente o impacto da redução dos preços dos combustíveis e estão mais otimistas com a recuperação da economia, o que justifica o expressivo apoio ao atual concorrente à reeleição.