Lula em MG: ataques a Marina vem da ‘escola do fascismo’ de quem segue ‘covarde’

Atualizado em 22 de outubro de 2022 às 19:49
Marina Silva, Lula, Simone Tebet e Janja fazem campanha em Minas Gerais (Foto: Ricardo Stuckert)

Tiago Pereira

O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa da ex-ministra Marina Silva, vítima de ofensas por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) na noite de sexta-feira (21), após caminhada em Juiz de Fora, Minas Gerais.

“O ataque ontem a Marina faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais levantaria pra xingar alguém dessa forma. Minha solidariedade a Marina”, comentou Lula, durante entrevista coletiva na manhã deste sábado, em Belo Horizonte.

Ao sair de um restaurante, Marina foi xingada de “vagabunda” e “traidora” por um homem. Ela tentou identificar o agressor, mas ele fugiu. A deputada eleita registrou um boletim de ocorrência contra o agressor.

“A gente faz política há 50 anos, isso não existia no Brasil nem em cidade pequena, média, grande. Hoje o que nós vemos é violência e mais violência verbal, e, às vezes, violência física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil”, disse o ex-presidente. “Chegar à briga, chegar a trocar soco, chegar a se matar é a anormalidade que o fascismo está implantando nesse país. Ou seja, é quase uma ordem do presidente”, disse Lula, em referência a Jair Bolsonaro (PL).

“O que a gente não consegue compreender é a postura, a atitude de intimidar. E por que, quando se trata de uma mulher, é sempre nessa questão de natureza moral, de natureza sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres”, afirmou Marina.

Simone: “As mulheres vão decidir essa eleição”

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e que agora apoia Lula, afirmou que “são as mulheres que vão decidir essa eleição”. “E nós vamos decidir essa eleição contra um presidente misógino, que estimula a violência contra as mulheres, porque é um covarde. Estimula inclusive que políticos agridam as mulheres”, afirmou a parlamentar.

Além da agressão à Marina, ela também citou os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) à ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). “É caso de prisão. Ele tem que voltar para a cadeia imediatamente. Ninguém tem o direito de agredir uma mulher, seja ela autoridade pública ou não.”

Em vídeo publicado pela sua filha, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), Jefferson compara a ministra a uma “prostituta” por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan. “Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas, arrombadas, né? Que viram para o cara diz: ‘Benzinho, no rabinho, nunca dei o rabinho. É a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez, ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez”, disse ele.

“Esses bolsonaristas não passarão. Nós mulheres brasileiras elegeremos Lula e vamos unir esse Brasil, com amor e com coragem”, afirmou Simone.

Caminhada

Após a coletiva, Lula, Simone e Marina participaram de uma caminhada em Belo Horizonte e na cidade vizinha de Ribeirão das Neves. Também estivam presentes o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), que declarou voto em Lula no segundo turno, assim como o ex-prefeito da capital Alexandre Kalil (PSD-MG), o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) e o ex-governador Fernando Pimentel (PT-MG).

Lula fez um chamado à militância para convencer o maior número de pessoas a votar no segundo turno. “Procurem as pessoas que se abstiveram de votar. Precisamos convencer elas a irem votar para que a gente possa tirar um presidente desumano. A partir de amanhã é visitar casa a casa, saber se a pessoa votou ou não e pedir para as pessoas irem votar dia 30”, afirmou.

“Temos uma semana para tirar de casa quem não votou, para votar Lula 13”, disse Simone “Quem conhece alguém que anulou o voto, que votou em branco, que votou em Ciro ou em Simone? Agora é a hora de falar com essas pessoas. Ciro está com Lula, Simone está com Lula”, frisou. Marina também também defendeu um “estado permanente de campanha” para mostrar a Bolsonaro “o tamanho da vitória da democracia”, segundo ela.

Reportagem publicada originalmente pela Rede Brasil Atual.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link