O editor-chefe e porta-voz do Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, e o jornalista e editor da plataforma, Joseph Farrell, foram recebidos nesta segunda, dia 28, por Lula no CCBB.
Eles conversaram com o presidente eleito sobre o julgamento de Julian Assange, que está preso na Inglaterra. O encontro é parte de uma agenda em defesa da liberdade de Assange, contra violações de direitos humanos e pelo direito à informação.
Lula perguntou da saúde de Assange em meia-hora de conversa. Questinou se ele não pega sol na cadeia. Quis saber como estava o processo na Justiça e se as cortes britânicas estavam sendo justas.
Escutou com atenção e deixou claro que tem um compromisso pessoal em ajudar na libertação de Assange.
Na semana passada, estivemos com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na Casa de Nariño, a sede do poder executivo em Bogotá.
A ideia é convencer Joe Biden, presidente dos EUA, a perdoar Assange. Detido sem base legal na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, desde 2019, o jornalista e ativista australiano está prestes a ser extraditado para os Estados Unidos, onde pode sofrer uma pena de até 175 anos em confinamento solitário.
Assange é acusado pelo governo estadunidense de violar a Lei de Espionagem de 1917. Ele foi responsável, por exemplo, pela publicação, entre 2010 e 2011, de documentos classificados revelando crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e Afeganistão.
A eventual condenação de Assange por essas publicações criminalizaria todas as etapas do processo jornalístico básico: solicitar, receber, possuir e publicar informações verídicas e de interesse público. A defesa do jornalista quer que os EUA retirem as acusações como forma de proteger a liberdade de imprensa em todo o mundo.
O New York Times, o Guardian e outros grupos de mídia que já publicaram material do Wikileaks divulgaram uma nota em conjunto em defesa de Julian Assange.
Nesta quarta, 30, as principais associações, sindicatos, federações e organizações jornalísticas, em demonstração de solidariedade, receberão os representantes do Wikileaks na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro.