
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (23) durante coletiva de imprensa na sede do governo da Argentina, que “não foi possível dar certo” em relação ao ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, demitido do cargo no último sábado (21).
“Eu escolhi o comandante do Exército [Arruda] e não foi possível dar certo”, afirmou o petista. “Eu tirei e escolhi outro comandante e tive uma boa conversa com o comandante e ele pensa exatamente com tudo o que eu tenho falado com a questão das Forças Armadas”.
Arruda foi substituído pelo general Tomás Ribeiro Miguel Paiva. O ex-comandante havia assumido interinamente o Exército em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Lula ainda ressaltou que as Forças Armadas têm papel definido na Constituição, o de garantir a soberania. “As Forças Armadas não servem a um político, ela não existe para servir a um político. Ela existe para garantir a soberania do nosso país, sobretudo contra possíveis inimigos externos e para garantir tranquilidade ao povo brasileiro.”
“Eu penso que todas as carreiras de Estado não podem se meter na política durante o exercício da função. Porque essa gente tem estabilidade, essa gente não pertence a nenhum governo, essa gente pertence ao Estado brasileiro, portanto eles precisam aprender democraticamente”, declarou.
Segundo o petista, o culpado pela politização das Forças Armadas é Bolsonaro. “O Bolsonaro conseguiu a maioria em todas as forças militares, a polícia dos Estados, a polícia rodoviária, uma parte da polícia militar e uma parte das Forças Armadas. Agora nós temos um papel de muita responsabilidade que é fazer com que o País volte à normalidade e as forças policiais e militares voltem à normalidade”, destacou o presidente.
“E eu tenho certeza que nós vamos colocar as coisas no lugar. O Brasil vai voltar à normalidade. As Forças Armadas vão cumprir com seu papel, o poder Executivo vai cumprir com seu papel, o poder Legislativo vai cumprir com seu papel, e assim o Brasil vai ficar bem”.
Mais cedo, durante discurso ao lado do presidente Alberto Fernández, Lula pediu desculpas ao povo argentino pelas “grosserias” ditas por Bolsonaro, a quem se referiu como “genocida”.
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