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Lula sem revanche?
Escreve o economista:
“A vitória do ex-presidente Lula na eleição de outubro, em disputa polarizada com o presidente Bolsonaro, é provável. A chance é baixa de surgimento de uma candidatura única capaz de unir eleitores de perfil moderado e avessos aos dois candidatos”.
Pontua:
“Independentemente da mágoa por sua condenação e prisão, Lula não teria ganhos em abraçar ações revanchistas”.
Ele desenvolve o argumento:
“A percepção de que Lula adotaria políticas heterodoxas se dissipará mais rapidamente do que na eleição de 2002, quando perdurou até o pleito. Um governo Lula defenderia uma plataforma moderada e direcionada às demandas dos mais pobres, em particular em educação, saúde e renda. O ex-presidente conhece as vantagens de uma inflação baixa e da responsabilidade fiscal. A autonomia do BC e o esperado recuo da inflação em 2022 ajudariam um governo PT, que não precisaria defender uma política monetária mais apertada nem um plano que, como em 2003, foque quase apenas nessa redução.
Esse arcabouço permitiria a Lula concentrar esforços em agendas pró-crescimento – estímulos aos investimentos em infraestrutura e tecnologia, de melhoria da distribuição de renda e de criação de oportunidades para os trabalhadores informais”.
E conclui:
“A construção de uma sólida base de apoio no Congresso para aprovar essas reformas seria relativamente fácil para o PT. A maioria dos partidos do Centrão, mesmo os que sustentam no momento o atual presidente, não teriam objeção de apoiar o novo governo. Além da federação de partidos de esquerda, PP, MDB e PSD, entre outros, comporiam provavelmente o governo Lula, ainda mais se Alckmin participar da articulação”.