O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rechaçou de forma contundente as recentes declarações de líderes dos Estados Unidos e do Brasil que sugerem a necessidade de novas eleições no país.
Maduro, em pronunciamento na televisão estatal venezuelana, afirmou: “Rejeito absolutamente que os Estados Unidos estejam tentando se tornar a autoridade eleitoral da Venezuela”. Ele também criticou o presidente dos EUA, Joe Biden, acusando-o de interferência nos assuntos internos da Venezuela: “Biden deu uma opinião intervencionista sobre as questões internas da Venezuela. Meia hora depois eles a desmentiram“.
A Casa Branca posteriormente ajustou a declaração do chefe do governo, esclarecendo que ele se referia à falta de transparência nas eleições de 28 de julho, sem, no entanto, recuar totalmente de sua posição.
Venezuela President Maduro: "Biden gives an opinion and half an hour later he's contradicted by State Department spokespersons. Who's in charge of the US? Who conducts US foreign policy?" pic.twitter.com/Sv0yky5oSs
— COMBATE |🇵🇷 (@upholdreality) August 16, 2024
A declaração de Biden ocorreu após o Brasil solicitar uma nova votação, poucas semanas depois de Maduro ter declarado vitória na reeleição, resultado este questionado por diversas nações ocidentais. Quando questionado por jornalistas se apoiaria uma nova eleição na Venezuela, o norte-americano respondeu afirmativamente.
Enquanto isso, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, rejeitou categoricamente a ideia de uma nova eleição, mesmo diante da atual disputa eleitoral e da sugestão do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “A eleição já aconteceu. Maduro precisa saber que o custo de sua permanência aumenta a cada dia que passa”.
O órgão eleitoral venezuelano anunciou que Maduro obteve 51% dos votos, mas não divulgou a contagem completa. Por outro lado, dados publicados pela oposição em um site público indicam que o candidato opositor, Gonzalez, teria recebido 67% dos votos.