Máfia do futebol: As provas do MP que ligam jogadores ao esquema de manipulação de jogos

Atualizado em 13 de maio de 2023 às 11:18
Jogadores fazem chamada de vídeo com apostador – Foto: Reprodução

Diversas provas que apontaram o envolvimento de jogadores de futebol no esquema de manipulação de resultados de jogos foram levantadas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). De acordo com o G1, prints de mensagens de texto, transcrições de áudios, comprovantes de pagamento e até ligações de vídeo estão entre os documentos.

Segundo o MPGO, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Além disso, o esquema era dividido em quatro núcleos: de apostadores, financiadores, intermediadores e administrativo.

Entre os jogadores envolvidos no esquema estão: Polidoro Júnior; Gabriel Tota e Paulo Miranda; Igor Cárius; Matheus Phillipe Coutinho Gomes; Fernando Neto; Eduardo Bauermann; Kevin Joel Lomónaco; Victor Ramos; Nikolas Farias; Jarro Pedroso; Vitor Mendes, Nino Paraíba e Richard (Ceará).

Polidoro Júnior

O MPGO encontrou em um dos celulares dos acusados conversas com Polidoro Júnior, zagueiro que já atuou no São Paulo. Aparecem nos prints transferências bancárias que seriam para aliciar um jogador e manipular um resultado no Campeonato Brasileiro.

Polidoro Júnior, zagueiro que já atuou no São Paulo, aparece em prints em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos — Foto: Reprodução/MPGO

Nos comprovantes, também é possível ver as quantias de R$ 35 mil e R$ 30 mil. Vale destacar que Polidoro não está na lista de denunciados, nem testemunhas no processo.

Polidoro Júnior, zagueiro que já atuou no São Paulo, aparece em prints em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos — Foto: Reprodução/MPGO

Gabriel Tota e Paulo Miranda

A investigação também registrou uma chamada de vídeo entre os jogadores Gabriel Tota e Paulo Miranda, do Juventude, com Bruno Lopez, acusado de ser o chefe do esquema, no dia 16 de outubro de 2022. A ligação aconteceu antes de uma partida, dentro do vestiário. 

Gabriel Tota e Paulo Miranda em chamada de vídeo em prints em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos, Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/MPGO

O MPGO afirmou que Tota atuou como intermediário do grupo criminoso na corrupção esportiva. O jogador registrou recebimento em sua conta bancária, vindos das contas da esposa de Bruno Lopez e de Romário Hugo, outro denunciado por ser membro da organização criminosa. Tota também recebeu dinheiro e debateu a manipulação a ser feita por Paulo Miranda.

Gabriel Tota aparece em prints em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos — Foto: Reprodução/MPGO
Gabriel Tota aparece em prints em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos — Foto: Reprodução/MPGO

Igor Cárius

O processo também mostra conversas do denunciado Luis Felipe Rodrigues de Castro com Igor Aquino da Silva, conhecido como Igor Cárius. Segundo o MP, ele foi cooptado para receber um cartão amarelo na partida entre Ceará X Cuiabá, pela 32ª rodada da Série A de 2022.

Prints no celular do jogador Igor Cairus Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/MPGO
Prints no celular do jogador Igor Cairus — Foto: Reprodução/MPGO

Fernando Neto

Prints de conversas também mostram Fernando Neto contando ter feito de tudo para receber um cartão vermelho e ser expulso da partida. O MP afirmou que a conversa foi encontrada no celular de Bruno Lopez, que era um dos apostadores. O jogador, que atualmente atua pelo São Bernardo, ainda é acusado de aliciar Eduardo Bauermann. 

Fernando Neto em atuação pelo Fluminense e conversa do jogador com Bruno Lopez em investigação do Ministério Público de Goiás — Foto: Bruno Haddad/Fluminense F.C. e Reprodução/Ministério Público

Matheus Phillipe Coutinho Gomes

O MP mostrou que Matheus Phillipe Coutinho Gomes, que também é jogador de futebol, já tinha contato com Fernando Neto e fez a promessa de pagamento inicial ao jogador. Segundo o MP, Bruno Lopez já tinha informado sobre o ajuste do pagamento e a própria manipulação esportiva com Fernando. 

Matheus Phillipe Coutinho Gomes falando com Fernando Neto — Foto: Reprodução/MPGO

Eduardo Bauermann

A investigação mostrou que Romário Hugo pagou R$ 50 mil, antes de uma partida, para Eduardo Bauermann ser advertido com um cartão amarelo. Entretanto, o jogador não foi punido e causou prejuízo ao esquema.

Eduardo Bauermann em chamada de vídeo em um dos celulares dos acusados manipulação de resultados de jogos — Foto: Reprodução/MPGO

Após a partida, Romarinho enviou uma série de mensagens dizendo que o jogador ia pagar por todo o prejuízo. Os prints ainda mostram que Bruno Lopez chegou a dizer para Romarinho “arrancar dinheiro” de Bauerman.