Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atualmente secretário do governo João Doria (PSDB), afirmou que a ‘orgia fiscal’ do atual governo deixa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vulnerável. Ele se refere à tentativa de furar o teto de gastos.
Isto porque a medida vai causar inflação e aumento de juros, anulando qualquer efeito político da elevação do Bolsa Família.
“A aliança do [Paulo] Guedes com o Arthur Lira [presidente da Câmara] está copiando a mesma equação da Dilma [Rousseff] em 2014. É uma orgia fiscal. Quando fizemos o auxílio emergencial em 2020, com valor muito alto, e com o governo ampliando para mais gente do que em tese seria necessário, tínhamos inflação de 1%, 2%, 3%. Estamos agora com 10%”, afirmou Maia.
“Se você amplia o cenário de desorganização fiscal, está dizendo que vamos perder o controle da inflação. Quem vai pagar essa conta é o próprio beneficiário do Bolsa Família. O câmbio desvaloriza mais, o botijão de gás fica mais caro, o diesel, o alimento. Está dando com uma mão e tirando com a outra”, completou ele.
“Quem está na Crefisa [empresa de crédito pessoal] e no agiota não é o rico. Quem está no mercado paralelo de crédito é o pobre. Ele que vai acabar sentindo o aumento da inflação e dos juros”, disse. As declarações foram dadas à Folha de S.Paulo.
Para o secretário, essa situação vai derrubar a popularidade de Bolsonaro, abrindo espaço para uma candidatura de centro-direita, que ele crê será a de Doria.
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Maia se posiciona sobre 2022
Maia afirmou ainda que o alvo prioritário da terceira via por uma vaga no segundo turno tem de ser Bolsonaro, mais do que Lula (PT).
“Só tem um para sair do segundo turno, que é o Bolsonaro. O candidato que está no nosso campo da centro-direita bate no Lula para mostrar que é diferente, mas o adversário é o Bolsonaro, que entrou no nosso eleitor”, apontou ele.
Ele se licenciou do mandato parlamentar e atualmente é responsável pela pasta de Projetos e Ações Estratégicas em São Paulo.
Atuação
No governo Paulista, Rodrigo Maia participa da elaboração de projetos como a privatização da Sabesp e o novo trem de passageiros ligando a capital a Campinas.
Expulso do DEM, ele ainda não definiu para qual partido irá, mas já decidiu que disputará novo mandato de deputado federal pelo Rio.