Maioria dos brasileiros não se importa com indicação de mulher ao STF, diz Datafolha

Atualizado em 15 de setembro de 2023 às 13:54
A presidente do STF, Rosa Weber, recebeu o presidente eleito Lula (PT) na sede do tribunal
Foto: Reprodução/Nelson Jr./SCO/STF

O Datafolha elaborou uma pesquisa que sobre a preferência dos brasileiros sobre quem deve substituir a ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. Enquanto 51% dos entrevistados afirmam que o sexo da pessoa indicada pelo presidente Lula é indiferente, 47% acreditam que é importante manter o cargo com uma representante feminina.

A pesquisa realizada pelo Datafolha ouviu 2.016 pessoas com mais de 16 anos em 139 cidades, com uma margem de erro de dois pontos para mais ou menos.

Os resultados mostram que o tema da escolha do próximo ministro do STF se tornou relevante, especialmente entre os meios jurídicos progressistas. Campanhas online têm defendido a importância de Lula nomear uma mulher, uma vez que atualmente apenas duas magistradas integram o tribunal, que conta com 11 membros.

A pressão por diversidade também se estendeu ao debate racial, com apelos para que a próxima indicada seja uma mulher negra. O contexto destaca a necessidade de representatividade no Judiciário, onde apenas 15% dos magistrados se declaram negros, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre os entrevistados pelo Datafolha, 58% se identificam como pardos ou pretos.

Na Índia, onde Lula foi na sexta-feira (8) para participar da Cúpula do G20. Ele viu, nas ruas da capital do país, Nova Déhli, mensagens em inglês exibidas em outdoors como: “Presidente Lula, contamos com você para indicar uma mulher negra para o STF”, diz uma delas.

O presidente Lula tem resistido à pressão pela escolha de uma mulher, apesar de contar com o apoio da primeira-dama, Janja, ativista na causa. Ele tem consultado ministros do STF para tomar sua decisão, mas até o momento, nomes masculinos têm sido mais mencionados como possíveis indicados. Flávio Dino (ministro da Justiça), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Bruno Dantas (Tribunal de Contas da União) surgiram como opções ao cargo.

O ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: Reprodução

A pesquisa do Datafolha também mostrou que os homens são mais indiferentes ao sexo da pessoa a ser indicada, com 53% afirmando que tanto faz, enquanto 44% preferem uma nova ministra. Entre as mulheres, há um empate com 49% em ambas as opiniões. Setores associados ao bolsonarismo tendem a ser mais indiferentes, enquanto eleitores de Lula demonstram preferência por uma ministra.

Após 12 anos no Supremo, Rosa Weber, indicada por Dilma Rouseff (PT), teria até outubro para se aposentar, quando completa 75 anos, mas optou por antecipar o descanso para setembro.

A pressão por uma escolha progressista de Lula ao cargo aumentou após as primeiras apresentações do indicado anterior, Cristiano Zanin, ao lugar de Ricardo Lewandowski. O novo ministro recebeu muitas críticas ao dar votos considerados conservadores em temas como legalização da maconha e equiparação da homofobia ao racismo.

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