Mais de 50 países contestam veto dos EUA e solicitam reunião de emergência da ONU

Atualizado em 20 de outubro de 2023 às 12:31
Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir ajuda humanitária em meio ao conflito entre Israel e Hamas. Foto: ONU/Divulgação

Mais de 50 países se uniram para solicitar uma reunião de emergência da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para mobilizar apoio político em favor da proteção do povo palestino diante dos ataques de Israel na Faixa de Gaza.

A medida ocorre após o governo norte-americano vetar um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, que buscava uma “pausa humanitária” e o término da evacuação de civis do norte de Gaza.

Para justificar o veto, a embaixadora norte-americana Linda Thomas-Greenfield disse que a resolução brasileira não mencionava o direito de autodefesa de Israel.

Na última quarta-feira (18), a Rússia indicou que pretendia contornar o veto dos EUA e pensava em convocar a Assembleia Geral da ONU.

Agora, a iniciativa ganhou o apoio de mais de 50 países, incluindo Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.

Homens em meio a destroços em ataque israelense na Faixa de Gaza. Foto: Mahmud Hams/AFP

Ao contrário do Conselho de Segurança, onde a aprovação requer a ausência de veto dos cinco membros permanentes, na Assembleia Geral, uma resolução necessita apenas da maioria dos 192 votos.

Em uma carta enviada à presidência da Assembleia Geral, obtida pelo UOL, o Grupo Árabe e o Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) na ONU em Nova York “solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral após o veto lançado e 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.

“À luz da gravidade da situação, devido, em particular, à agressão militar por parte de Israel, a potência ocupante, contra a população civil palestina na Faixa de Gaza, que, até a presente data, matou milhares de civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, feriu dezenas de milhares, causou a destruição desenfreada de casas e outras propriedades e infraestrutura civis, e infligiu condições humanitárias catastróficas, arriscando uma desestabilização ainda mais perigosa da situação, colocando em risco mais vidas civis e ameaçando a paz e a segurança internacionais, é urgente que a Assembleia Geral se reúna para tratar dessa crise”, disse um trecho da carta.

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