Mandato sob ameaça: Moro corre risco de derrota já no TRE do Paraná

Atualizado em 17 de julho de 2023 às 6:49
O senador Sergio Moro (União- PR) – Foto: Cristiano Mariz

Adversários políticos e também aliados do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) avaliam que há uma tendência desfavorável ao parlamentar no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná e que ele corre o risco de derrota já em seu próprio reduto. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Moro é réu em uma ação de investigação judicial eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022. Além disso, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça é acusado de ter gastos eleitorais acima dos limites estabelecidos pela lei.

O clima, anteriormente apontado como favorável a Moro, mudou desde o dia 5, com a posse de três novos integrantes do tribunal. A substituição de membros do TRE levou até mesmo à designação de um novo relator do caso. Após a saída de Mário Helton Jorge do tribunal, o desembargador D’Artagnan Serpa Sá assumiu a relatoria da ação.

No Tribunal de Justiça do Paraná, o novo relator não faz parte da lista dos apoiadores da Lava Jato. Ele é descrito como alguém capaz de resistir à pressão dos apoiadores de Moro. Outro nome que foi submetido a uma junta composta pelo governo é o do advogado Julio Jacob Junior, que também é estreante no tribunal.

O senador Sergio Moro (União- PR) – Foto: Reprodução

Jacob afirmou que, se houver comprovação de descumprimento da lei eleitoral, não deixará de votar pelo afastamento do ex-juiz, independentemente de seu currículo, número de votos ou pressão da opinião pública. O juiz Anderson Ricardo Fogaça também acaba de assumir uma cadeira no TRE e também é mencionado como alguém que poderia votar pela cassação do mandato de Moro.

Por outro lado, aliados de Moro consideram o juiz Guilherme Denz e a desembargadora federal Cláudia Cristina Cristofani como possíveis defensores da manutenção de seu mandato.

Moro, no entanto, tem um cenário apontado como “mais confortável” caso consiga pelo menos um empate entre os seis votos, o que levaria a decisão para o presidente do TRE, Wellington Emanuel Coimbra de Moura, com quem já se reuniu.

Ainda segundo a Folha, o desembargador teria aconselhado o ex-ministro da Justiça a se preocupar mais com o julgamento do TSE, que dará a palavra final. Vale destacar também que, seja qual for o resultado no Paraná, é esperado que haja recurso à corte superior.

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