Manuela d’Ávila rebate fake news sobre evento em Buenos Aires e pergunta: quem financia essa rede de mentiras e ódio?

Atualizado em 24 de novembro de 2018 às 10:21

Em sua conta no Instagram, Manuela D’Ávila desmentiu a última fake news sobre ela:

Vejam o caminho percorrido pelos grupos de minions para construir mentiras e ódio nas redes:

1) como vocês percebem, muitas pessoas fazem uma postagem igual. Ela parece, portanto, autoral. Isso confere “credibilidade” a ela. Quem lê pensa: “é minha amiga que escreveu isso”. E com isso, compartilha. Evidentemente, isso foi passado por grupo de whats, inclusive com essa orientação.

2) apenas na parte que me cabe dos 280 carácteres já constatamos duas mentiras. O evento que participei teve hotel e passagens pagas pelos organizadores. A mulher sentada na minha frente é uma jornalista. Tentam com isso agregar duas coisas (suas) em mim: dizer que é dinheiro público e que tenho alguém pra me ajudar com Laura. Duas mentiras para produzir ódio na sociedade. O fazem com um propósito: dispersar as pessoas de suas verdades. dar a entender que todos são iguais. Eles lançam suas mentiras pra tentar tirar a credibilidade de seus opositores. As pessoas distribuem, adultas que são, por responsabilidade sua.

Eu já encaminhei para medidas judiciais contra todos que replicaram essas mentiras.

Mas pergunto: quem financia a distribuição dessa rede de mentiras e ódio? Que tantas verdades suas buscam esconder?

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Voltei há dois dias da Argentina. Circulou por aí muita fake news, milimetricamente orquestrada, sobre minha participação por lá. Mas a verdade é que o Congresso Latino Americano de Ciências sociais (Clacso), realizado no Clube Ferro, foi uma espécie de Fórum Social Mundial. Por isso os ataques.

Porque ali se organizou parte do pensamento crítico da América Latina, com importantes reflexões sobre nosso passado e nosso futuro. Tenho alguns bons amigos por lá. Antes do evento começar, passei o final de semana conversando com esses amigos de vida toda. Fui almoçar na casa de um deles, Juan Cabandie, com sua família, a esposa Cecília e o pequeno Ciro. Juan é neto de desaparecidos políticos, assim como Horácio Pietragalla, seu amigo que almoçou conosco.

Hoje completam 41 anos que Alicia e Damian, seus pais, desapareceram. Ela tinha 17, ele 19 anos. Ela estava grávida de 5 meses. Juan nasceu na Escola Superior de Marinha (ESMA). Lá foi separado de sua mãe e criado por outra família, de um policial federal.

Eu nunca tomei conhecimento de algo tão sórdido quanto isso: entregar bebês recém nascidos para que adversários políticos pudessem buscar apagar a memória dos pais militantes. Mas não conseguiram, graças à luta dos nossos irmãos argentinos. Os ditadores foram derrotados e Horácio e Juan sabem exatamente quem foram os seus pais. Eles estão ali para lembrar que a democracia vive e que a luta dos povos vive.

Está ali Estela, líder das avós da Praça de Maio para dizer que nada de pior lhes pode acontecer: já lhe tiraram os filhos. Escrevo isso hoje com o sentimento de afeto e solidariedade que tenho por esse povo vizinho e amigo mas também por ler as homenagens prestadas pelo futuro Ministro da educação do Brasil à Ditadura Militar. Não, Ministro. Não há o que comemorar no Golpe de 64. Temos que apenas que conhecer suas barbaridades, para que algo daquele tipo nunca mais aconteça.

Manuela