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Decadência ocidental x marxismo e socialismo na China. Por Elias Jabbour

Em outubro de 1949, Mao Tsé-tung proclamou a República Popular da China (RPC), com base nas teorias de Marx e Lenin.
GETTY IMAGES

Por Elias Jabbour, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCE-UERJ). Artigo produzido em colaboração com o Grupo de Mídia da China.

É impossível nas decadentes sociedades ocidentais marcadas pela ascensão da extrema-direita e onde o racismo e a violência policial contra o povo e os trabalhadores compreender o que significam determinados momentos. Vivemos no ocidente um contexto de crescente perda de fé do povo na política e nos políticos, afinal a vida nos países “democráticos” piorou muito desde a crise financeira de 2008 e a pandemia demonstrou, de forma clara e objetiva, a incapacidade do capitalismo em lidar com as grandes questões que afligem a humanidade. A perda de fé na ciência é outra expressão da decadência ocidental.

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Nos Estados Unidos, cerca de metade de sua população nega-se fazer uso da vacina contra o Covid-19 por pura fé religiosa. Seria inacreditável explicar a um ser-humano razoavelmente instruído que, em pleno século XXI, na “maior democracia do mundo” milhões de pessoas simplesmente não acreditam na ciência.

É evidente que sociedades com esta característica a única resposta que elas podem entregar ao mundo não são vacinas ou esperança e sim mais ameaças e violência. O imperialismo aprofunda sua tendência à violência diante do apodrecimento de sua sociedade. Os EUA são o país responsável pela metade da cocaína consumida no mundo. É essa “democracia” que eles querem exportar ao mundo?

É neste contexto que devemos localizar a sexta sessão plenária do 19º Comitê Central do Partido Comunista da China aprovou a Resolução do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre as Grandes Conquistas e Experiências Históricas na Luta Centenária do Partido. Não é qualquer sociedade que se coloca diante de si mesma para discutir criticamente seu passado com vistas à construção de seu próprio futuro e se comprometer com a defesa intransigente da paz mundial.

Homenagem aos 200 anos de Karl Marx na sede do governo chinês.
Foto: Reprodução

É pura ignorância e má-fé resumir esse documento a uma resolução em torno da liderança de Xi Jinping. Este documento situa Xi Jinping e o processo por ele liderado como parte fundamental da história chinesa nos últimos 100 anos. Da mesma forma que em 1945 e 1981 históricos encontros consagraram o papel fundamental de líderes como Mao Tsétung e Deng Xiaoping, o mesmo ocorre agora. Não nos esqueçamos: sob Xi Jinping a China liderou o maior feito da história humana (eliminação da pobreza extrema) e a vitória inconteste contra o Covid-19.

Artigos sobre esta histórica resolução podem e devem ser escritos. São inúmeros os pontos históricos e conjunturais levantados. Porém, faz-se necessário relacionar esse documento com o crescente status que tem sido levantado o marxismo e o socialismo como os grandes responsáveis pelo rejuvenescimento da nação chinesa. Bom lembrar que há cerca de 30 anos o marxismo foi declarado morto e enterrado por intelectuais ocidentais enquanto Deng Xiaoping em sua histórica viagem ao sul da China em 1992 previa um glorioso renascimento do marxismo.

A resolução atualiza o status do marxismo e do socialismo na China. Deixa claro que “O PCCh sempre salienta que todo o Partido deve manter a firmeza com os ideais e convicções, o sistema organizacional rigoroso e o cumprimento estrito e justo de suas disciplinas e regras. As convicções no marxismo, o nobre ideal do comunismo e o ideal comum do socialismo com características chinesas constituem a fonte de força e a alma política dos comunistas chineses, assim como a base ideológica para manter a unidade e a coesão do nosso Partido”. Esta força ideológica e a clareza de ideias é algo inexistente nas decadentes “democracias ocidentais”. A fome, o individualismo e o fascismo são parte cada vez mais integrante das sociedades europeia e norte-americana.

No lugar da negação política, os chineses apontam o socialismo desenvolvido como a segunda meta centenária. Contra a falta de perspectiva espiritual, o marxismo sintetizado no “socialismo com características chineses” formam o horizonte e a força espiritual de um povo. Contra a naturalização da fome, da miséria e da desigualdade a grande bandeira da “prosperidade comum” passa a guiar o PCCh e a sociedade no sentido de superar contradições e mostrar ao mundo que Mao Tsétung estava correto: “somente o socialismo pode salvar a China”. Agregamos que somente o socialismo poderá salvar o mundo!

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Davi Nogueira

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