Mauro Cid vai relatar à PF que ordem para retirar joias partiu de Bolsonaro

Atualizado em 3 de abril de 2023 às 11:50
Tenente Coronel Mauro Cid e ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em depoimento à Polícia Federal (PF), irá dizer às autoridades que foi o próprio ex-capitão quem ordenou, na última semana do ano passado, que ele tomasse as medidas necessárias para reaver o conjunto de joias sauditas apreendido pela Receita Federal, em Guarulhos. As informações são do Estadão.

O depoimento em questão está marcado para acontecer na próxima quinta-feira (5), mesma data em que ocorrerá o depoimento de Bolsonaro.

Segundo apuração, Mauro Cid tem reafirmado estes fatos a interlocutores e que o mesmo foi repassado ao advogado que o tenente-coronel contratou para defendê-lo no caso. A argumentação de Cid é de que não haveria, inclusive, outra forma desta determinação ter chegado a ele, senão pelo próprio presidente.

Após receber a ordem de Bolsonaro, Mauro Cid teria encaminhado um ofício ao então chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, em 28 de dezembro do ano passado, para que fosse realizada a “incorporação de bens apreendidos”. É este ofício que o então servidor da Ajudância de Ordens do Presidente da República Jairo Moreira da Silva apresentou na tela de seu celular para o fiscal da Receita, em Guarulhos, na tentativa de pegar as joias.

Depois de emitir o despacho para que o militar Jairo Moreira da Silva pegasse um voo da FAB e fosse até Guarulhos, Mauro Cid deu encaminhamento para que se adiantasse o cadastro das joias retidas no sistema no Palácio do Planalto, como sendo itens que iriam para o acervo pessoal de Bolsonaro. Esse cadastro chegou a ser feito, como relatou a servidora pública Priscila Esteves das Chagas, à PF. Com a tentativa frustrada de reaver as joias, porém, os dados foram excluídos do sistema, conforme reconheceu uma servidora do departamento responsável pelo cadastramento, em depoimento à Polícia Federal.

Bolsonaro continua a manter a versão que nunca teve conhecimento das joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões. Desde o dia 3 de março, quando o caso foi revelado, dois estojos de joias avaliados em pelo menos R$ 1,5 milhão já foram devolvidos pelo ex-presidente.

Jair Bolsonaro e conjunto de joias da marca suíça Chopard. Foto: Reprodução
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