Médico bolsonarista preso no Egito dava consultas sem autorização para exercer a profissão em Portugal

Atualizado em 4 de junho de 2021 às 17:50
Site do médico brasileiro Victor Sorrentino disponibilizava página para agendamento de consultas em Portugal – Reprodução

O médico bolsonarista e olavista Victor Sorrentino, detido no Egito sob acusação de ofender sexualmente uma vendedora muçulmana em um vídeo publicado em suas redes sociais gravado em Luxor, dava consultas em Portugal. O problema: O profissional exercia a atividade médica sem ter o diploma de medicina validado naquele país.

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Sorrentino divulgava os atendimentos em Lisboa e no Porto via redes sociais e ainda tinha em seu site uma área dedicada especialmente ao agendamento de consultas em Portugal. A página, no entanto, foi removida nesta sexta (4).

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Nome de Victor Sorrentino não consta na lista dos profissionais aptos a exercer a medicina legalmente em Portugal.

De acordo com os anúncios, cada consulta do bolsonarista custava até 350 euros – cerca de R$ 2.100 na conversão direta.

Os médicos formados em universidades brasileiras são obrigados a passar por um processo de validação de diplomas antes atuarem em Portugal. São analisados a documentação da faculdade, além dos profissionais passarem por exames teóricos e práticos. Ordem dos Médicos só pode abrir processos e agir disciplinarmente em relação a profissionais que estejam devidamente registrados. Denúncias de eventual exercício ilegal da medicina precisam ser encaminhadas à Justiça.

Pacientes registraram em fotos atendimentos entre 2017 e 2019. De jaleco, Sorrentino normalmente aparece sorridente nas imagens registradas em redes sociais.

Com informações da repórter Giuliana Miranda na Folha de S.Paulo.