Médico bolsonarista que vende ‘detox vacinal’ pelo WhatsApp liga morte de jogadora de vôlei à vacinação

Atualizado em 14 de maio de 2023 às 20:07
O médico bolsonarista Marcos Falcão

O médico Marcos Falcão, de Alagoas, está espalhando em suas redes sociais a fake news de que a jogadora de vôlei Paula Borgo, morta aos 29 anos em abril, foi vítima da vacinação contra covid-19.

Paula faleceu em decorrência de um câncer no estômago. Descobriu o tumor em setembro de 2022 durante exames de rotina de pré-temporada, e parou de competir para fazer o tratamento.

O maior genocídio da história, sem disparar uma bala. Não podemos afirmar que o que causou o câncer foi a possível vacinação, mas podemos afirmar que o número de casos de câncer aumentou exponencialmente após a vacinação”, inventou Falcão no Twitter.

Ele é bolsonarista, negacionista e se identifica como “cidadão livre para dar minhas opiniões” no Instagram. Posta vídeos com críticas a Lula e ao PT para mais de 72 mil seguidores.

É acusado de vender tratamentos falsos para pacientes por meio do WhatsApp. Oferece “detox vacinal” a R$ 470 para seu gado.

O golpe do médico Marcos Falcão no WhatsApp

O “detox” consiste num coquetel de ivermectina, vitaminas, anti-inflamatórios e uso de aspirina, além de exames contra os “efeitos nocivos da vacina”.

O contato comercial divulgado na página de Falcão ainda anuncia que o sujeito assina atestados que isentam da vacinação contra a covid-19.

Quando é dito que o paciente em questão não tem nenhuma dessas doenças, o contato responde que o médico consegue o atestado, de qualquer maneira. É espantoso que não tenha o registro cassado, mas essa é a classe médica brasileira.