Foto: Reprodução/Folha de S.Paulo
No Rio de Janeiro, policiais militares estilizaram o uniforme e estão usando meias com o rosto e o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o trabalho. A conduta contraria o regulamento e pode ser considerada transgressão disciplinar.
O regimento determina que junto com a farda da corporação, as meias usadas sejam pretas e proíbe “sobrepor ao uniforme insígnias de sociedades particulares, entidades religiosas ou políticas, bem como medalhas desportivas, ou, ainda, usar indevidamente distintivos ou condecorações”.
As penas aplicáveis por transgressão disciplinar variam desde prestação de serviço extraordinário a suspensão, exclusão e demissão do serviço ativo. A padronização do uniforme está descrita no Regulamento de Uniformes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Rupmerj).
Questionada sobre as meias, a Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio disse que “o padrão [de vestimenta] previsto está no Regulamento de Uniformes da Polícia Militar, que deve ser de conhecimento e seguido por todos os entes da corporação”.
À Folha de S.Paulo, o coronel Robson Rodrigues, especialista do Laboratório de Estudos Socieducativos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Labes-Uerj), disse que o uso das meias com motivos bolsonaristas é contrário à finalidade da farda.
“O uniforme serve para justamente padronizar e dar um sentido de espírito de corpo, com a finalidade do serviço público. É destoante desse princípio o uso da meia estilizada, partidária. Não se pode exercer a função pública com particularidades”, afirmou.
Ele lembrou ainda que policiais recebem auxílio-fardamento para a compra do uniforme. “Então, se compram meias fora do padrão com essa verba é um desvio”, concluiu.