Mensagens apontam suposta atuação de Michelle Bolsonaro no caso das vacinas superfaturadas

Atualizado em 12 de julho de 2021 às 18:21
Luiz Paulo Dominguetti Pereira durante depoimento na CPI da Pandemia
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Há mais uma leva de mensagens do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominghetti com a CPI da Covid.

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Nelas surge um novo personagem na suposta negociação de vacinas superfaturadas da Davati com o governo de Jair Bolsonaro.

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Em conversa de 3 de março, Dominghetti fala com um interlocutor identificado como Rafael Compra Deskartpak sobre a operação em curso, naqueles dias, para que o grupo chegasse até Bolsonaro no Planalto. Como a CPI já descobriu, o reverendo Amilton Gomes de Paulo atuou para aproximar os supostos vendedores de vacina do gabinete presidencial. Ele entrou na empreitada por ser próximo da primeira família. Nessas novas mensagens, Dominghetti comenta assustado sobre os avanços do reverendo. “Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreve.

O interlocutor se mostra incrédulo diante do nome da primeira-dama. “Quem é? Michele Bolsonaro?”. E Dominguetti responde: “Esposa sim”.

Interlocutor orienta o policial a ligar para Cristiano Carvalho, CEO da Davati no Brasil, que pilotava a operação: “Pouts. (sic) Avisa o Cris”. Não fica claro, quando Dominghetti diz que “Michelle está no circuito”, que tipo de participação a primeira-dama pode ter no caso. Os integrantes da CPI devem avançar sobre esse ponto para entender se a primeira-dama foi usada para que os supostos vendedores de vacinas chegassem a Bolsonaro.

Com informações da reportagem de Gustavo Maia na Coluna Radar da Veja.

Jair e Michelle Bolsonaro | AFP