Mensagens mostram que Trump poderia ter evitado violência na invasão ao Capitólio

Atualizado em 4 de junho de 2022 às 18:43
Ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante discurso na Flórida neste sábado
Trump poderia ter evitado violência durante invasão ao Capitólio
Foto: Chandan Khanna/AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump poderia ter evitado violência na invasão ao Capitólio que ocorreu em 6 de janeiro de 2021. É o que mostram as mensagens enviadas naquele dia por membros Republicanos do Congresso, ex-membros do governo Trump, ativistas do Partido Republicano, personalidades do canal de TV Fox e até mesmo o filho do, então, presidente ao chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows.

As mensagens foram obtidas pela CNN. Todos os recados continham o mesmo apelo urgente: o presidente Donald Trump precisava denunciar imediatamente a violência e dizer à multidão que voltasse para casa.

“Ele tem que condenar essa merda. O mais rápido possível”, escreveu Donald Trump Jr. às 14h53.

“O presidente precisa acalmar essa merda”, escreveu o deputado republicano Jeff Duncan, da Carolina do Sul, às 15h04.

“Diga para eles irem para casa!!!”, o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, enviou em uma mensagem às 15h09.

“O presidente deve ir ao ar e desarmar isso. Extremamente importante”, escreveu Tom Price, ex-secretário de saúde e serviços humanos de Trump e ex-representante do Partido Republicano da Geórgia, às 15h13.

“Corrija isso agora”, escreveu o deputado republicano Chip Roy, do Texas, às 15h15.

Uma das principais questões sobre o ataque ao Capitólio que o comitê da Câmara deve levantar em suas audiências de junho é o motivo de Trump não ter condenado publicamente a invasão por horas, e se esse fracasso é prova de “abandono do dever” e evidência de que Trump tentou obstruir a certificação do Congresso da eleição.

As mensagens de Meadows mostram que mesmo os mais próximos do ex-presidente acreditavam que ele tinha o poder de frear a violência naquele momento.

Meadows entregou as mensagens ao comitê em dezembro, antes de deixar de cooperar com a investigação. Segundo uma fonte familiarizada com a investigação do comitê, as mensagens fornecem um valioso “roteiro” e apontam como Meadows foi um facilitador de Trump, apesar de ter sido informado de que não houve fraude eleitoral generalizada.

Dezessete meses depois, a CNN entrou em contato com outras pessoas que enviaram mensagens para Meadows naquele dia, incluindo ex-funcionários da Casa Branca, membros republicanos do Congresso e veteranos políticos. Todos disseram que acreditavam que Trump tinha o poder e a responsabilidade de tentar impedir o ataque.

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