O escritor tcheco Milan Kundera, autor do romance “A Insustentável Leveza do Ser”, morreu, informou a emissora pública Czech Television na quarta-feira. Ele tinha 94 anos.
Kundera ganhou notoriedade por seu estilo retratando temas e personagens que flutuavam entre a realidade mundana da vida cotidiana e o alto mundo das ideias.
Ele nasceu na cidade de Brno, mas emigrou para a França em 1975 depois de ser condenado ao ostracismo por criticar a invasão soviética da Tchecoslováquia em 1968.
Seus romances geralmente tratam de escolhas e decepções. Em seus livros é recorrente a crítica ao regime comunista e à posterior ocupação russa de seu país, em 1968, quando foi exilado e teve sua obra proibida na então Tchecoslováquia. Seu maior romance “A Insustentável Leveza do Ser”, lançado em 1983, só teve sua primeira edição em checo em 2006.
Em 2019, Kundera recuperou a nacionalidade tcheca, com o apoio da embaixada checa em Paris, com pedidos de desculpa do embaixador checo, em nome do seu governo, pelas perseguições de que o autor fora alvo durante anos.
Entre outros prêmios, Milan Kundera recebeu, pelo conjunto da sua obra, o “Common Wealth Award” de Literatura (1981) e o “Prémio Jerusalém” (1985). Sua obra principal, “A Insustentável Leveza do Ser” ganhou em 1988 uma adaptação para o cinema, sob a direção de Philip Kaufman e com Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin no elenco. Recebeu 2 indicações ao Oscar e reconhecimento mundial. Desde então Milan Kundera nunca mais autorizou a adaptação cinematográfica dos seus romances.