O presidente da Argentina, Javier Milei, tem rompido uma série de protocolos diplomáticos recentemente. É de praxe que chefes de Estado informem o governo local sobre viagens aos seus países, mesmo quando não se trata de agenda oficial, mas o mandatário ignorou as tradições nas relações com o Brasil e com a Espanha.

Ele virá ao Brasil no próximo fim de semana para participar do evento de extrema-direita CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), que ocorre entre os dias 6 e 7 de julho em Balneário Camboriú (SC). O argentino não vai se encontrar com o presidente Lula durante a viagem.

Em junho, ele fez algo similar em viagem à Espanha: foi ao país para apoiar a campanha eleitoral de um candidato de extrema-direita e ignorou o governo Pedro Sánchez, que tentou contato e foi menosprezado por Milei. Na ocasião, ele ainda chamou o mandatário de ser corrupto, o que gerou uma crise diplomática, com Madri convocando de volta sua embaixadora em Buenos Aires.

Além de ignorar a tradição diplomática e o governo brasileiro, Milei ainda fez ataques ao presidente Lula antes da viagem. A ordem inicial do Palácio do Planalto é ignorar as declarações, mas a gestão petista pode reagir se a situação se agravar.

Segundo a coluna e Jamil Chade no UOL, fontes próximas ao presidente acreditam que a recusa do presidente argentino de participar da cúpula do Mercosul, que ocorre entre os dias 7 e 8 de julho em Assunção, no Paraguai, é o que mais preocupa.

Eles avaliam que o bloco, considerado estratégico e importante para a relação entre as maiores economias da região, pode estar ameaçado, já que a Argentina não está comprometida com sua existência durante a gestão Milei.

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