Milei cresce na Argentina e pode ser eleito no 1º turno, diz pesquisa

Atualizado em 3 de outubro de 2023 às 12:20
Javier Milei. Foto: Reprodução

As sondagens sobre o desempenho dos presidenciáveis na Argentina durante o primeiro debate realizado no domingo (1°) indicam um notável crescimento do candidato de extrema direita, Javier Milei, desde as primárias de agosto. Para alguns analistas, o cenário político atual favorece Milei e as chances de uma vitória no primeiro turno, em 22 de outubro, estão aumentando.

O debate atraiu uma audiência de mais de 40 pontos e, em uma pesquisa online da TV a cabo Todo Noticias, 48% das mais de 650 mil manifestações de voto identificaram Milei como o vencedor. A mesma pesquisa mostrou Patricia Bullrich, de centro-direita, em segundo lugar com 20%, o ministro da Economia e candidato peronista, Sergio Massa, com 15%, empatado com o peronista dissidente Juan Schiaretti, também com 15%. A esquerdista Myriam Bregman obteve 2%.

É importante ressaltar que, para vencer no primeiro turno, um candidato deve conquistar 45% dos votos ou obter 40% com uma diferença superior a 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

Durante o próprio debate, Massa tentou se desvincular das políticas negativas do governo de Alberto Fernández, provocando reações irônicas de seus oponentes. “Peço desculpas pelos erros deste governo que causaram tanto dano às pessoas”, disse o ministro, lembrando que faz parte do Gabinete “há pouco mais de um ano”.

Candidatos à Presidência da Argentina trocam farpas em primeiro debate - InfoMoney
Os candidatos à Presidência da Argentina Sergio Massa e Javier Milei. Foto: Reprodução

Por outro lado, Milei tentou minimizar os crimes da ditadura militar argentina (1976-1983). “Não foram 30 mil desaparecidos, mas sim 8.753”, afirmou, ignorando relatórios do Estado argentino e citando um registro de números subestimados do período de redemocratização.

“Houve uma guerra nos anos 70 e durante essa guerra, as forças do Estado cometeram excessos. No entanto, muitos aproveitaram a ideologia dos direitos humanos para enriquecer e se envolver em negócios obscuros”, acrescentou.

No entanto, os analistas observam que, nesta eleição, a questão da ditadura não é central na agenda da campanha, que é dominada por questões econômicas. “O tema dos militares perdeu apelo e a visão de Milei sobre a ditadura já não é uma questão crucial”, disse o analista político Sergio Berensztein, fundador da consultoria que leva seu nome.

Já para o analista político Vicente Palermo, o debate em si não deve alterar significativamente a tendência da votação em 22 de outubro. “É certo que Milei não perdeu votos no debate, mas não diria que ele ganhou. Da mesma forma, vejo uma lógica em Massa perder espaço desde as primárias, mas não devido ao debate”.

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