Militares desligaram energia e câmeras de segurança durante furto de metralhadoras

Atualizado em 26 de outubro de 2023 às 19:30
Armas do Exército roubadas em São Paulo e encontradas no Rio de Janeiro. Foto: reprodução

Militares desligaram intencionalmente a rede elétrica do Arsenal de Guerra de Barueri (SP) durante o furto das 21 metralhadoras e fizeram o sistema de câmeras de segurança parar de funcionar durante o ato. Peritos do Exército encontraram impressões digitais de militares em quadros de energia do quartel. A informação é da TV Globo.

Segundo o Exército, o furto das armas ocorreu entre 5 e 8 de setembro. Militares só conferiram se a porta permanecia lacrada depois da data e somente notaram 33 dias depois que havia sinais de arrombamento e de que o lacre foi trocado.

Os militares encarregados de fiscalizar o lacre são investigados por infrações disciplinares, já que tinham a obrigação de verificar a numeração do objeto e checar se era o mesmo colocado no dia 6 de setembro, quando ocorreu a última contagem das armas.

Peritos também identificaram impressões digitais de um cabo, que atuava como motorista do então diretor do Arsenal de Guerra, na porta do depósito de armas. Ele não tinha autorização para circular pelo local e investigadores acreditam que ele se aproveitou do livre acesso ao quartel por ser homem de confiança.

Arsenal de Guerra em Barueri (SP). Foto: Exército

A principal suspeita dos responsáveis pela apuração do caso é que ele usou a viatura oficial do diretor para tirar as metralhadoras do quartel sem levantar suspeitas. Segundo militares que acompanham a apuração, o veículo raramente é revistado ao entrar ou sair do local.

O tenente-coronel Rivelino Barata, ex-diretor do Arsenal de Guerra, foi exonerado do cargo e será transferido, mas não é investigado no inquérito que apura o furto.

Para investigadores, já há elementos suficientes para pedir a prisão dos suspeitos do caso. Além do motorista, outros seis militares são investigados. A expectativa é que seja descoberto quem negociou as armas com facções criminosas a partir da quebra dos sigilos bancário e fiscal.

17 das 21 metralhadoras já foram recuperadas: oito no Rio de Janeiro e nove em São Paulo. O Exército segue buscando pistas de onde estão as outras quatro armas.

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