Militares suspeitos de roubar armas do Exército são “soltos” após 14 dias

Atualizado em 24 de outubro de 2023 às 13:52
Fachada do Arsenal de Guerra de São Paulo. Foto: reprodução

Nesta terça-feira (24), o Exército anunciou a liberação de sete militares suspeitos de participarem diretamente do furto das 21 metralhadoras do quartel de Barueri, na Grande São Paulo. O grupo estava impedido de deixar o Arsenal de Guerra, em Barueri, desde que o crime foi descoberto em 10 de outubro. A medida, conhecida como “aquartelamento”, não era considerada prisão.

Segundo as investigações, três dos sete militares seriam responsáveis pelo furto, com um deles abrindo o paiol, outro pegando as armas e um terceiro transportando-as em um caminhão militar para fora do quartel. Além desses, outros 13 militares são investigados por envolvimento indireto no desaparecimento das armas durante o feriado de 7 de setembro.

Até o momento, 17 metralhadoras foram recuperadas, sendo oito no Rio de Janeiro e nove em São Roque, no interior de São Paulo. O Exército colaborou com as polícias locais, fornecendo informações do serviço de inteligência para localizar as armas. A busca por outras quatro armas segue em andamento.

O Comando Militar do Sudeste (CMSE) divulgou uma nota afirmando que nenhum militar está mais “aquartelado” no Arsenal de Guerra de Barueri e que todos os envolvidos estão cumprindo o expediente normalmente. A investigação abrange possíveis infrações administrativas e crimes como furto, peculato, receptação e extravio, sob a análise do Ministério Público Militar.

Armas do Arsenal de Guerras recuperadas. Foto: reprodução

Os responsáveis pelo desaparecimento das armas enfrentarão penas que variam de 1 a 38 anos de prisão, enquanto os que contribuíram indiretamente podem receber punições administrativas como advertência e repreensão, aplicadas pelo CMSE.

O Exército pretende solicitar à Justiça Militar a prisão dos envolvidos, com o pedido sujeito à análise do Ministério Público Militar. Os sigilos telefônicos, telemáticos e bancários dos militares investigados foram quebrados a pedido do responsável pelo Inquérito Policial Militar.

Apesar do esforço das autoridades, as investigações continuam em andamento para esclarecer completamente o caso do maior desvio de armas no Exército brasileiro desde 2009. A suspeita é de que as armas tenham sido cooptadas por facções criminosas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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