Em um intervalo de uma hora, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, se contradisse em uma declaração que causou polêmica. Após afirmar que permitiu a interferência de pastores no MEC “a pedido” do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele reclamou que a “mídia torta” tenta fazer uma “conexão” do chefe do Executivo com o caso.
Em entrevista à Jovem Pan, ele disse: “O presidente da República nunca me pediu nada, absolutamente nada”. Pouco antes, o ministro havia declarado o seguinte à CNN Brasil: “Eu recebi dois pastores a pedido do presidente, isso está bem claro”.
Numa conversa gravada em áudio, Ribeiro afirma que o governo prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores. Os religiosos não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC.
Veja a contradição nas falas de Milton Ribeiro:
💸 BOLSOLÃO DO MEC
Milton Ribeiro x Milton Ribeiro 1h depois
Inacreditável a cara de pau 🤡ASSISTA pic.twitter.com/M4yKED4nrX
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) March 24, 2022
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Milton Ribeiro disse priorizar amigos de pastor no MEC a pedido de Bolsonaro
Em áudio, o ministro disse que isso atende a uma solicitação do próprio Jair Bolsonaro (PL). “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirmou ele em conversa com prefeitos e os dois religiosos.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, completou.
Milton Ribeiro também indica haver uma contrapartida à liberação de recursos da pasta. “Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”. Na gravação, ele não dá detalhes de como esse apoio se concretizaria.