Ministério Público vai investigar se Enel foi omissa durante apagão em SP

Atualizado em 6 de novembro de 2023 às 15:59
Bairros de São Paulo seguem sem energia elétrica. Foto: reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) anunciou que iniciará uma investigação esta semana contra a empresa de energia Enel, devido à suposta omissão no restabelecimento de energia para moradores da Região Metropolitana de São Paulo desde o temporal da última sexta-feira (3).

Após quase três dias desde o início das chuvas, mais de 500 mil imóveis na Grande SP ainda estão sem energia nesta segunda-feira (6). Moradores relatam a falta de funcionários da empresa para lidar com a desenergização das redes atingidas por árvores e agilizar as operações da prefeitura para liberar as ruas.

Os promotores paulistas buscam entender o motivo pelo qual tantos consumidores ficaram sem energia por dias e se a Enel dispõe de equipe suficiente para atender às demandas emergenciais nos 24 municípios em que a empresa italiana opera.

De acordo com o Grupo Globo, a nova investigação será conduzida pelo promotor Silvio Marques, que já está investigando a Enel em um inquérito sobre o atraso da empresa nos planos de aterramento de fios na cidade de São Paulo.

Os dados levantados pela CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) mostram uma redução no número de funcionários da Enel ao longo dos anos. Em 2010, antes da privatização, a Eletropaulo contava com 7 mil empregados, número que caiu para 4.400 em 2022 e 3.900 em 2023, de acordo com a CPI.

O deputado estadual Thiago Auricchio (PL), diretor-presidente da comissão da Enel na Alesp, expressou sua preocupação com a situação, ressaltando o descaso da concessionária com a população. O requerimento para ouvir o presidente da Enel na Alesp foi aprovado e está previsto para acontecer no dia 22 de novembro.

Enquanto isso, mais de 413 mil consumidores permanecem sem energia só na capital paulista, e a falta de luz afetou o funcionamento de 12 escolas municipais e 77 semáforos.

Em uma entrevista ao Bom Dia SP, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) responsabilizou a Enel pela demora na resolução do problema, defendendo que a prefeitura tem realizado podas constantes, mas que a cidade foi atingida por rajadas de vento supostamente inesperadas.

O prefeito alegou que as chuvas derrubaram até “árvores saudáveis” e disse que pedirá à Enel um plano de contingência para evitar desastres por conta de mudanças climáticas. “A prefeitura está se preparando, eu preciso que a Enel também se prepare”, defendeu.

Nunes revelou que discutirá com a Enel, em uma reunião agendada para esta segunda-feira no Palácio dos Bandeirantes, um plano de contingência para evitar desastres relacionados às mudanças climáticas, enquanto a prefeitura também trabalha para acelerar os processos de enterramento de fios.

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